Paulinho, autor do gol da classificação do Palmeiras contra o Botafogo no Mundial de Clubes, precisará passar por uma nova cirurgia na perna direita. O atacante, revelado pelas categorias de base do Vasco e atualmente vinculado ao clube paulista, enfrentará um procedimento após o término da participação da equipe no torneio internacional.
O problema é decorrente de uma fratura por estresse na tíbia, detectada ainda quando o jogador atuava pelo Atlético-MG, na última temporada.
Segundo Pedro Pontin, chefe do departamento médico do Palmeiras, o atleta chegou ao clube em condições especiais. “Ele veio contratado de uma equipe que, ao longo do ano, diagnosticou uma reação de estresse na tíbia. Constatou-se uma fratura por estresse e ele jogou com muitas limitações durante o ano passado”, afirmou.
Diagnóstico, evolução e persistência da dor
O atacante foi submetido a uma cirurgia antes de sua chegada ao clube alviverde. O Palmeiras recebeu o jogador com 15 dias de pós-operatório e deu sequência à reabilitação. “A cicatrização aconteceu dentro do previsto, entre três e quatro meses.
Depois disso, ele foi gradualmente reintegrado aos treinos e aos jogos, com a carga controlada, como parte da estratégia de reintrodução”, explicou Pontin.
Contudo, mesmo com todos os cuidados tomados, o camisa 10 voltou a sentir desconforto. “Durante o período de preparação, conseguimos inseri-lo nos treinos com minutagem reduzida. Mesmo assim, as dores persistiram, o que prejudica o rendimento. É um atleta jovem, com grande potencial, e não podemos permitir que ele atue com risco de agravar o quadro clínico”, completou o profissional.
Detalhes do novo procedimento
O departamento médico do clube paulista definiu que será realizada uma fixação óssea com o uso de implante resistente e enxerto. O material será retirado do próprio corpo do atleta. A cirurgia tem como objetivo garantir a estabilidade definitiva da tíbia para suportar, futuramente, cargas intensas de treino e partidas.
“O melhor a se fazer é interromper o processo atual e realizar um novo procedimento, com fixação óssea e enxerto, a fim de proporcionar a resistência necessária para a prática esportiva de alto rendimento”, reforçou o médico.
A equipe liderada por Abel Ferreira havia estabelecido um planejamento específico para o atacante no Mundial, que previa uso controlado em campo. Paulinho participou de 15 partidas com a camisa palmeirense, marcando três vezes e contribuindo com duas assistências. A estreia aconteceu somente em abril, devido ao longo processo de recuperação.
Contexto recente e expectativa pós-cirurgia
Durante o duelo contra o Botafogo, válido pelas oitavas de final do torneio intercontinental, o jogador entrou em campo aos 18 minutos da etapa final e balançou as redes aos 10 minutos da prorrogação. Na sequência, foi substituído por Mycael. Mesmo diante das limitações, ele se destacou como peça decisiva no resultado.
O Palmeiras decidiu postergar o novo procedimento cirúrgico para depois do Mundial, a fim de preservar o projeto traçado para a temporada e não comprometer o elenco na reta decisiva do torneio. “Não queremos que ele passe uma temporada se desgastando, se colocando em risco para fazer outros tipos de lesão”, concluiu Pontin.


