Desde que foi transformado em Sociedade Anônima do Futebol, em 2022, o Botafogo passou por cinco trocas de treinador sob a liderança de John Textor. Nessas mudanças, o tempo médio entre a saída de um técnico e a chegada do sucessor foi de aproximadamente 39 dias.
Em quatro ocasiões, a espera ultrapassou os 40 dias. A exceção ocorreu em julho de 2023, quando Bruno Lage substituiu Luís Castro apenas oito dias após sua saída — mesmo assim, o português só desembarcou no Brasil uma semana depois do anúncio .
Atualmente, o clube soma quase 196 dias sem treinador efetivado em períodos distintos. O caso mais recente reforça esse padrão: a demissão de Artur Jorge, no início de janeiro deste ano, foi seguida por 57 dias de indefinição até a contratação de Renato Paiva, que assumiu em fevereiro .
Novo cenário e cobrança por agilidade
A recente eliminação no Mundial de Clubes aumentou a pressão por uma definição imediata. O retorno do elenco está marcado para segunda-feira (07), enquanto o próximo compromisso será o clássico contra o Vasco, no dia 12, em Brasília, pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Com compromissos importantes pela frente, incluindo oitavas de final da Copa do Brasil e da Libertadores, a direção entende que o novo nome precisa ser definido até a reapresentação no CT Lonier, no Rio.
John Textor, que recentemente deixou a presidência do Lyon, garantiu que se dedicará mais ao Botafogo. “Tenho ótimos sócios no Eagle Football Group… Estou ansioso para me reconectar com o Brasil”, declarou o empresário norte-americano em entrevista ao “GE” .
Centralização de decisões e bastidores
Como em outras oportunidades, o próprio Textor está à frente das negociações. Segundo informações de bastidores, nem mesmo os dirigentes do clube têm conhecimento dos nomes sondados neste momento. Jogadores demonstram preocupação com a possibilidade de mais uma demora, como ocorreu no início do ano.
A indefinição gera desconforto no elenco, que se prepara para um semestre repleto de decisões em três frentes.
Anteriormente, em processos similares, o executivo participou pessoalmente das entrevistas e das tratativas com os técnicos. A única exceção foi a chegada de Tiago Nunes, quando a escolha partiu do então diretor André Mazzuco, sem envolvimento direto do proprietário da SAF .
Números das transições anteriores
A média de 38,8 dias entre as mudanças no comando técnico inclui os seguintes períodos:
- Enderson Moreira para Luís Castro: 42 dias
- Luís Castro para Bruno Lage: 8 dias
- Bruno Lage para Tiago Nunes: 44 dias
- Tiago Nunes para Artur Jorge: 43 dias
- Artur Jorge para Renato Paiva: 57 dias


