Na véspera do confronto decisivo entre Palmeiras e Chelsea pelas quartas de final da Copa do Mundo de Clubes, o foco se volta para Estêvão. O atacante de 18 anos está prestes a encarar justamente o clube para o qual foi negociado em junho de 2024, com apresentação marcada para após o torneio. A negociação, que pode render até R$ 250 milhões ao clube paulista, é a mais alta da história do Palmeiras.
A partida desta sexta-feira (4), às 22h (horário de Brasília), no Lincoln Financial Field, será carregada de simbolismo. Afinal, dependendo do resultado, Estêvão pode estar diante de sua despedida ou de uma sobrevida no elenco alviverde. “Se perder o jogo, ele vai embora; se ganhar, permanece por ao menos mais uma partida”, destacou o clube sobre a situação do atleta.
Durante a preparação para o duelo, Estêvão demonstrou introspecção. Foi o primeiro a pisar no gramado no último treino antes da partida, sentou sozinho e pensativo antes de interagir com colegas e com o técnico Abel Ferreira. O treinador, aliás, teve uma conversa particular com o jogador e saiu em defesa dele após declarações recentes que revelaram a dificuldade emocional em lidar com a transferência. “Se todos nós fizéssemos um exercício pequeno de empatia iam perceber que o que ele está sentindo é natural”, declarou Abel.
O próprio atacante admitiu estar dividido: “Estou tentando me focar o máximo aqui para deixar tudo o que eu preciso aqui, para sair bem, sair com a cabeça erguida, pela porta da frente”. Embora tenha sido titular nas quatro partidas anteriores do Palmeiras no Mundial, ainda não marcou gols nem deu assistências, e foi substituído em três ocasiões.
Em entrevista coletiva, Abel foi direto ao tratar da disparidade entre os clubes. “É ser realista. O Chelsea vem aqui e compra o nosso melhor jogador. O que vocês querem dizer mais?”, afirmou. Ainda assim, fez questão de ressaltar a confiança no elenco alviverde: “Temos armas e ambição para poder defrontar o adversário dentro dos nossos recursos e estratégia”.
O treinador também comparou o modelo de jogo dos ingleses ao que vem aplicando no Palmeiras: “O Chelsea tem forma muito parecida com o que fizemos durante cinco anos. Uma equipe com estrutura de ataque bem definida e processos muito claros”.
Assim sendo, enquanto o Palmeiras busca uma classificação inédita, Estêvão vive o limiar entre o presente e o futuro. A sua atuação diante do Chelsea será, mais do que nunca, observada sob o peso de dois escudos.
