A atual crise nos bastidores do Flamengo tem como epicentro o desgaste entre o técnico Filipe Luís e o diretor de futebol José Boto. A tensão se intensificou nos últimos dias após o vazamento de informações envolvendo o atacante Pedro e, de acordo com o BolaVip, a relação está estremecida.
A exposição da intenção da cúpula do futebol em negociar o camisa 9 gerou incômodo em diversas frentes dentro do clube, sobretudo entre comissão técnica e diretoria.
Segundo apuração do Bolavip, o treinador se sentiu exposto após a revelação de que Boto estaria buscando um novo centroavante e aceitaria vender o atual artilheiro em caso de proposta favorável. O desconforto de Filipe decorre não apenas da repercussão externa, mas também do impacto interno da crise, que fragilizou a relação de confiança com o dirigente.
Repercussões internas e pressão pública
A situação atingiu também o presidente Luiz Eduardo Baptista. Conhecido como Bap, o mandatário se mostrou incomodado com a exposição do tema à imprensa. Ele foi informado de que um membro do setor de futebol afirmou ao jornalista Mauro Cezar Pereira que aceitaria liberar Pedro por 15 milhões de euros, fato que classificou como inadequado e fora do planejamento institucional.
A crise de confiança gerou movimentações nos bastidores. O clube emitiu nota à imprensa reiterando que não há interesse em negociar o jogador e reforçou que ele segue nos planos da comissão técnica.
“Especulações sem fundamento apenas geram ruído e desinformação junto à torcida e à opinião pública”, afirmou o comunicado divulgado na quarta-feira (02).
Divergência tática e preferências de elenco
Embora publique elogios ao atacante, Filipe Luís prefere outro perfil para a função ofensiva. O comandante considera essencial a presença de um jogador mais móvel, com maior capacidade de pressionar a saída de bola adversária. Isso dificulta a convivência de Pedro e Arrascaeta no mesmo time titular, especialmente nos confrontos de maior exigência.
Além disso, o treinador indicou em entrevista concedida em maio que o centroavante ainda não havia recuperado o nível físico ideal, mesmo após retornar de lesão. Nos bastidores, a leitura é de que o modelo de jogo atual, implementado durante a ausência do camisa 9, não favorece suas características.
Comunicações contraditórias e ruído entre as partes
O episódio que agravou o impasse foi a entrevista de José Boto ao jornal “La Gazzetta dello Sport”, no dia 22 de junho. Nela, o diretor afirmou que, se tivesse a oportunidade, contrataria Vlahovic, centroavante da Juventus.
A declaração, interpretada como recado indireto, irritou pessoas próximas ao jogador. Dias depois, em entrevista ao ge, Boto omitiu qualquer menção à busca por um camisa 9 e priorizou outras posições, gerando mais estranhamento.
Conforme fontes internas, a fala foi entendida como um sinal público da preferência por outro perfil de atacante, reforçando a sensação de que Pedro se tornou “negociável”. A partir daí, rumores sobre uma eventual saída do atleta ganharam força, mesmo sem proposta oficial registrada até o momento.
Clima de incerteza e impacto institucional
A situação criou um ambiente de incerteza no Ninho do Urubu. Filipe Luís enfrenta questionamentos sobre a utilização de Pedro, e Boto, antes prestigiado, passou a lidar com resistência interna. A torcida também se manifestou nas redes sociais contra uma possível transferência do camisa 9, aumentando a pressão sobre os envolvidos.
Apesar da tensão, o atacante demonstra interesse em seguir no clube. Seu estafe chegou a iniciar conversas para renovação contratual no início da temporada. Contudo, a diretoria interrompeu as tratativas, mesmo com o vínculo atual vigente até dezembro de 2027.


