Durante sua passagem mais recente pela presidência do Corinthians, Andrés Sanchez realizou despesas pessoais com o cartão corporativo do clube. Os gastos ocorreram no réveillon de 2020 e totalizaram R$ 9.416. A cobrança do valor foi feita somente agora, cinco anos após a emissão da fatura, pelo departamento financeiro da atual gestão.
As despesas incluíram hospedagem, passeio de barco e refeições em restaurante na cidade de Tibau do Sul, no Rio Grande do Norte. Também há registros de compras diversas que não estão diretamente ligadas a atividades do clube. O uso indevido do cartão foi inicialmente revelado por um perfil na rede social X, sendo posteriormente confirmado pelo próprio ex-presidente.
Andrés Sanchez alegou ter se confundido por conta da semelhança entre os cartões, já que o pessoal e o corporativo pertencem ao mesmo banco. Segundo ele, o erro não foi identificado nem cobrado à época pelos responsáveis internos. Mesmo assim, afirmou que providenciará o pagamento do valor devido já na sexta-feira (11 de julho).
“Logo que chegou a mim informação de suposta fatura com gastos pessoais meus não ressarcidos ao clube, da ordem de R$ 10 mil, solicitei que apurassem a veracidade dos fatos. Confirmada a despesa, pedi que calculassem os valores, com juros e correção monetária, a fim de que eu possa providenciar de imediato a quitação dessa pendência”, afirmou Andrés.
O ex-presidente ainda ressaltou que, em seus mais de seis anos à frente do clube, nenhuma irregularidade relevante foi identificada em suas gestões. “Assumo meus compromissos, resolvo os problemas e não terceirizo responsabilidades. Sempre foi assim e sempre será assim”, acrescentou.
Atualmente, Andrés é conselheiro vitalício do Corinthians e ocupa uma das cadeiras no Conselho de Orientação (Cori). Ele presidiu o clube entre 2007 e 2011, e voltou ao cargo entre 2018 e 2020. Durante esse período, foi uma das principais lideranças políticas do grupo Renovação e Transparência, que comandou o clube por 16 anos consecutivos.
O episódio gerou movimentações internas no ambiente político do clube, sobretudo diante da recente crise envolvendo o atual presidente afastado, Augusto Melo. Aliás, o caso envolvendo Andrés passou a ser utilizado por setores da oposição como argumento em meio às disputas por controle no Parque São Jorge.
