O Fluminense encerrou sua participação na Copa do Mundo de Clubes com uma derrota para o Chelsea por 2 a 0, no MetLife Stadium, nos Estados Unidos. Apesar do resultado, o clube carioca acumulou uma premiação recorde de R$ 331,12 milhões, o maior valor já conquistado pelo time em uma única temporada. Porém, além da celebração, o Tricolor enfrenta um desafio financeiro importante: diminuir o percentual de impostos e taxas que poderão reduzir significativamente esse montante.
Entenda as complexas taxações dos Estados Unidos
Vale destacar que dos R$ 331 milhões, R$ 104,56 milhões referentes à participação e à fase de grupos já foram pagos e integralmente recebidos pelo clube. No entanto, os R$ 226,56 milhões restantes, conquistados no mata-mata, ainda não entraram nos cofres do Fluminense. Além disso, o clube enfrenta uma série de taxações impostas pelos Estados Unidos que podem abocanhar até 35% desse valor.
Isso porque o Fluminense aderiu ao modelo ECI (Effectively Connected Income), no qual o clube é tributado como uma empresa americana. Dessa maneira, não há tributação na fonte, mas sim um imposto federal de 21% sobre o lucro, que é calculado com base no dinheiro recebido descontado dos custos da operação, como voos, hospedagem e alimentação. Por isso, além desse imposto federal, há também uma taxação estadual e um percentual de 30% sobre o valor que restar, que se assemelha à distribuição de dividendos.
Com isso, o percentual final que será efetivamente retido ainda é incerto. Cabe ressaltar que essa complexidade deixa o Fluminense em alerta, buscando maneiras para reduzir essa carga tributária.
Estratégia jurídica para proteger o prêmio do Fluminense
Por isso, o clube contratou um escritório de advocacia norte-americano para tentar minimizar o impacto da taxação. A tese defendida é que os impostos sejam aplicados somente sobre a parte referente à fase de grupos, já paga, e que não há razão para tributar novamente a quantia do mata-mata, que a FIFA estipulou como não vinculada aos Estados Unidos.
“Estamos batalhando para reduzir. Mas não estamos querendo pensar nisso agora. Já sabíamos disso, tem que pagar os custos, imposto, premiação dos jogadores. Tudo isso faz parte, e faremos com o maior prazer. Ainda vamos ficar com uma quantia significativa. É uma premiação muito boa e digna da competição. A Fifa não faria nada diferente”, declarou o presidente Mário Bittencourt à TV Globo.
Além disso, a expectativa é que o pagamento da segunda parcela aconteça entre 30 de setembro e 8 de outubro, quando o clube já não estará mais em solo americano, por isso a importância de evitar a taxação nesse valor.
O que está por vir para o clube?
Sendo assim, só será possível saber com exatidão quanto o Fluminense irá reter e quanto será pago em impostos quando o montante tributável e o modelo de taxação forem definitivamente estabelecidos. Até lá, o clube segue firme na luta para garantir o máximo possível do prêmio milionário, essencial para seu fortalecimento financeiro.
Desse jeito, o Fluminense demonstra não só sua força em campo, mas também sua capacidade de gestão fora dele, buscando proteger seus recursos para investir no futuro.