No universo das novelas brasileiras, remakes sempre geram debates acalorados, mas poucas vozes têm sido tão contundentes quanto a de Regina Duarte. A atriz, que eternizou a personagem Raquel na versão original de Vale Tudo, abriu o jogo em entrevista recente, expondo sua insatisfação com a prática de refazer novelas que já alcançaram sucesso estrondoso.
Para ela, revisitar essas obras é uma “traição” à memória dos artistas que deram vida às histórias originais.
Respeito às histórias que marcaram época
Regina Duarte destacou que refazer uma novela que já foi 100% de audiência, que marcou gerações, demonstra falta de consideração.
“Quando falam remake, é uma coisa que fez sucesso lá atrás e que está sendo refeita agora, eu acho uma traição aos atores [veteranos]”, afirmou.
Dessa maneira, a atriz reforça que as adaptações deveriam ser justificáveis apenas quando a produção original não atingiu êxito significativo, pois assim, a história pode ganhar aprimoramentos.
O reflexo da atual adaptação de Vale Tudo
Vale destacar que a fala da veterana acontece em um momento delicado para a nova versão de Vale Tudo. A trama atual apresenta índices de audiência abaixo das expectativas, figurando entre as piores performances do horário nobre da Globo.
Com isso, a crítica de Regina ganha ainda mais relevância, porque aponta para o risco de desrespeitar a memória afetiva do público.
O dilema cultural e artístico dos remakes
Cabe ressaltar que o debate vai além da simples preferência por versões antigas ou novas. Isso porque tocar em narrativas consagradas exige sensibilidade e criatividade para não apagar o impacto cultural original.
Além disso, há uma expectativa crescente por inovação, pois o público atual busca narrativas que tragam frescor, relevância e uma nova abordagem, e não simplesmente a repetição de fórmulas já conhecidas. Isso porque, ao replicar sem criatividade, o remake corre o risco de parecer um produto sem alma, que não agrega nada de novo à história original.


