Quando se fala em momentos marcantes da Libertadores de 2005, o nome de Cicinho inevitavelmente vem à tona. O ex-lateral-direito do São Paulo relembrou, em entrevista ao documentário “Doutrinadores”, da ESPN, o célebre gol marcado contra o Palmeiras, que se tornou um dos lances mais emblemáticos do tricampeonato continental conquistado pelo Tricolor.
Aos 14 minutos e seis segundos daquele jogo histórico, Cicinho cortou para o meio e, com a perna esquerda, chutou firme, superando o voo do goleiro Marcos. Com isso, escreveu seu nome na memória do torcedor são-paulino. “Coloco para o meu filho, para minhas filhas, para os meus amigos. Pode ter certeza que mais de mil vezes eu já vi aquele gol”, afirmou o jogador, emocionado.
Bastidores de um clássico e a reverência de dois ídolos
Vale destacar que Cicinho não apenas brilhou naquele gol específico, mas também teve papel fundamental durante toda a campanha de 2005, anotando 10 gols e distribuindo 23 assistências, números que, por isso, o levaram ao Real Madrid no ano seguinte. Além disso, o ex-lateral contribuiu para as conquistas do Campeonato Paulista, da Libertadores e do Mundial de Clubes, consolidando uma das temporadas mais vitoriosas de sua carreira.
Em campo, Cicinho protagonizou trocas memoráveis com dois dos maiores goleiros da história do futebol brasileiro: Marcos e Rogério Ceni. Após o golaço contra o Palmeiras, Ceni comentou: “Ganhar de 1 a 0, com gol de esquerda do Cicinho, no Parque Antártica, dificilmente a gente não seria campeão.” Já Marcos, mesmo rival, demonstrou respeito ao presentear o pai de Cicinho com uma luva após outro gol sofrido.
Dos treinos à glória: a trajetória até o topo
Cicinho revelou que aquele chute improvável de esquerda não foi apenas sorte, mas fruto de treino. “Eu me lembro de treinar cruzamentos e chutes de canhota após os treinos”, contou. Sendo assim, o gol icônico não foi um acaso, mas consequência de dedicação.
Cabe ressaltar que sua chegada ao São Paulo teve um contexto conturbado, após romper judicialmente com o Atlético-MG. “Entrei na Justiça porque eles não pagavam.” Dessa maneira, após um cheque de R$ 100 mil do São Paulo, conseguiu dar um Natal digno à família.
Desse jeito, Cicinho não só fez história em campo, mas também fora dele, com histórias que seguem emocionando os torcedores até hoje.

                                    
