domingo, julho 27, 2025
16.8 C
São Paulo

Corinthians pode romper mais um contrato nos próximos dias

Corinthians estuda mudanças na operação do camarote Fielzone após recentes ocorrências na Neo Química Arena.

O Corinthians está considerando romper o contrato com a empresa Soccer Hospitality, responsável pela operação do camarote Fielzone na Neo Química Arena. A decisão vem após falhas no sistema de biometria facial durante a partida contra o Red Bull Bragantino, no último domingo (13 de julho), além de questões financeiras não resolvidas.

O jogo marcou a estreia da obrigatoriedade da biometria facial nos estádios com capacidade superior a 20 mil pessoas, conforme determina a nova Lei Geral do Esporte. Durante a partida, cerca de 34.211 torcedores estiveram presentes, e a taxa de falhas registrada no reconhecimento facial foi de aproximadamente 0,5%. Desse total, cerca de 0,2% das falhas aconteceram na entrada do Fielzone, cujas catracas usam tecnologia distinta da aplicada nas demais entradas da arena.

Diante da repercussão negativa e das reclamações de torcedores, a diretoria corintiana passou a avaliar a rescisão contratual com a operadora do camarote. A gestão entende que a empresa não tem conseguido acompanhar as exigências tecnológicas impostas pela nova legislação e pelas necessidades operacionais do clube.

Em seu perfil pessoal, o CEO da Soccer Hospitality, Leonardo Rizzo, criticou publicamente a exigência da biometria facial:
“Alguém precisa tirar esse decreto. Reconhecimento facial no papel é perfeito. Na prática, dá problema em todos os estádios. ‘Ok’ para evitar o cambismo, mas não funciona. Hoje estamos enfrentando problemas novamente pelo Brasil. Não temos tecnologia para isso. USA (EUA), a Meca do entretenimento, não existe isso”.

Além dos entraves operacionais, a Soccer Hospitality enfrenta pendências financeiras com o Corinthians desde 2023. Segundo as reportagens, a empresa acumulou dívidas milionárias e passou a quitá-las de forma parcelada após negociação com a atual gestão. Durante o período de inadimplência, a Choperia Fielzone teria recebido uma quantidade excessiva de ingressos, gerando mais críticas entre os torcedores.

A nova administração do clube reduziu a quantidade de ingressos para o número contratualmente previsto — 500 unidades — com preços superiores a R$ 750. Até o momento, a assessoria da Soccer Hospitality não se pronunciou oficialmente sobre a possibilidade de rescisão contratual.

A decisão do Corinthians ainda está em fase de avaliação, mas reflete uma insatisfação crescente com a gestão do Fielzone tanto no aspecto técnico quanto financeiro. A diretoria busca alternativas que garantam segurança tecnológica e cumprimento das obrigações contratuais dentro dos padrões exigidos pelo clube e pela legislação.