A vitória do Inter sobre o Vitória, no domingo (13), por 1 a 0 no Beira-Rio, não impediu críticas por parte da torcida, que esperava uma apresentação mais consistente após um mês sem jogos oficiais. O retorno da equipe com força máxima, no entanto, esbarrou em dificuldades de criação e exposição nos contra-ataques. Diante das cobranças, o técnico Roger Machado saiu em defesa de alguns jogadores e explicou decisões relacionadas ao time titular e aos reforços.
Durante entrevista à Rádio Inferno, Roger reconheceu que o desempenho técnico ficou aquém do desejado, embora tenha ressaltado a importância da vitória e elogiado a solidez defensiva. O treinador indicou que espera ver uma evolução já na próxima partida contra o Ceará, marcada para domingo (20), às 11h (horário de Brasília), novamente no Beira-Rio. Segundo ele, o período sem jogos afetou a condição física da equipe, mas o trabalho tático tem sido intensificado ao longo da semana.
“Eu esperava mais do ponto de vista técnico, mas eu sabia que teríamos dificuldades. Na parte física, suportamos. Neste primeiro momento, o ritmo pesa. Eu gostaria de ter visto mais, mas gostei do resultado. Vimos uma evolução com a manutenção do zero no placar”.
Aliás, o desgaste físico dos jogadores foi também apontado por Rafael Sóbis, ex-atacante colorado, em transmissão no canal “4D Esportes”. O ídolo pediu paciência da torcida com o elenco neste momento de retomada. “Senti os jogadores pesados na questão física, como ocorre nos primeiros jogos da temporada. A longo prazo, é melhor estar assim agora, demora um tempo para estar voando e até lá tem que ganhar”.
Ainda na entrevista, Roger comentou a situação de Thiago Maia, que tem sido utilizado com frequência no meio-campo. Conforme explicou, a escolha se deve ao bom entrosamento com Bruno Henrique e à proposta de jogo atual. Sobre Bruno, ressaltou a entrega tática e utilidade, independentemente de ser titular ou opção no banco.
“O Thiago Maia está na frente nesta disputa, mesmo que eu entenda que o Ronaldo tenha feito bons jogos. Nós colocamos o Thiago Maia um pouco mais ao lado do Bruno Henrique do que o Fernando ficava”.
“O Bruno Henrique já foi meu atleta. Ele tem um nível de doação incrível. Tecnicamente, é um jogador que tem boa chegada na frente, pisa na área, finaliza de média distância. O torcedor tem o seu sentimento individual e eu não vou mudar o seu pensamento. Mas o Bruno é muito útil para o nosso modelo, sendo titular ou não”.
No ataque, o treinador comentou o momento do jovem Ricardo Mathias, ressaltando que a oscilação é natural na idade dele e que a regularidade é essencial para conquistar espaço. Por outro lado, reforçou a importância da experiência de nomes como Borré e Enner Valencia, que ajudam a dar segurança ao elenco.
“O Ricardo Mathias precisa alcançar essa regularidade. […] Tenho muito cuidado com isso”.
Com a proximidade do duelo decisivo pela Copa do Brasil diante do Fluminense, Roger indicou que a análise tática tem sido intensa. O treinador também espera contar com reforços nas próximas semanas, embora tenha ponderado sobre a lentidão natural das negociações durante a janela de transferências do meio do ano.
