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Justiça nega pedido de homem exposto em vídeo viral de traição

Conforme o Código Civil, a possibilidade de reparação por ofensa à imagem e honra permanece viável

A Justiça do Rio Grande do Sul recusou o pedido de urgência apresentado por Rafael Eduardo Schemmer para excluir das redes sociais o vídeo conhecido como “chá revelação de traição”. A gravação, feita no município de Quinze de Novembro, expõe publicamente uma série de supostas infidelidades cometidas pelo agricultor, durante evento familiar organizado por sua então companheira, Natália Knak.

O juiz João Gilberto Engelmann, da Vara Judicial da Comarca de Ibirubá, concluiu na terça-feira (15) que não havia viabilidade prática para apagar os conteúdos da internet. A decisão considerou que o autor da ação já havia aceitado os efeitos de sua exposição ao se manifestar publicamente sobre o caso.

Além disso, o magistrado destacou que “não é possível, frente ao cenário apresentado, refrear toda a informação acerca dos fatos em todos os veículos de comunicação, notadamente nas redes sociais, nas quais as mídias originalmente veiculadas pela parte ré já possuem abrangência capilarizada”.

O vídeo e o conteúdo da denúncia

A gravação foi realizada no último dia 9, na casa dos pais de Rafael, e reuniu cerca de 30 familiares. Ao invés de revelar o sexo do bebê, Natália apresentou supostos registros de traições cometidas pelo companheiro.

O vídeo mostra a mulher pedindo para que o homem se vire de costas e, em seguida, posiciona duas peças de roupa infantil sobre seus ombros antes de iniciar o confronto. Durante a exposição, ela questiona: “Qual que é realmente teu filho legítimo? E qual que é teu filho com a tua amante?”.

A gravação inclui ainda impressões de mensagens e fotografias atribuídas a Rafael. Em certo momento, Natália afirma: “Eu não descobri só uma traição. Eu descobri várias”. Familiares presentes confirmaram que já tinham conhecimento de casos extraconjugais e até mesmo da existência de uma criança fora do relacionamento.

Reações e desdobramentos

Com mais de 33 milhões de visualizações até quarta-feira (16), o vídeo viralizou nas redes sociais. Natália publicou um comunicado oficial agradecendo o apoio e reforçando que “acima de tudo, priorizo a preservação da minha saúde e da saúde do meu filho, que estou gestando com muito amor e responsabilidade”.

Por outro lado, Rafael se pronunciou através de nota. Segundo ele, a situação “tomou proporções que fugiram completamente do controle” e acabou “envolvendo pessoas que nada têm a ver com o ocorrido”. Ainda em sua declaração, pediu compreensão diante da repercussão: “Enquanto muitos riem da situação, fazem piadas e criam memes, outras pessoas estão passando por momentos extremamente dolorosos”.

Trâmite judicial e ação por danos morais

O processo segue em segredo de Justiça. Além do pedido de retirada do vídeo, Rafael entrou com uma ação contra Natália, solicitando uma indenização de R$ 100 mil por danos morais. A defesa argumenta que ele teve sua intimidade violada e passou a sofrer ofensas, tanto online quanto presencialmente, na cidade em que reside.

Conforme o Código Civil, a possibilidade de reparação por ofensa à imagem e honra permanece viável. Contudo, o pleito inicial de retirada do conteúdo foi rejeitado pelo Judiciário.