Reconhecido pelo carisma e pela longevidade na carreira, Ary Fontoura surpreendeu ao abordar temas pessoais com franqueza e leveza. Em entrevista recente, o ator de 92 anos declarou já ter experimentado “todos os relacionamentos possíveis e imagináveis” e avaliou com serenidade: “cumpri minha tarefa” .
Embora tenha afirmado que os amores atualmente residem mais no campo do pensamento do que no cotidiano, ele não perde o entusiasmo ao admitir que ainda sente impulsos de juventude. “Meu amor hoje é mais no imaginário, mas estou vivo, então, de vez em quando, dou uma olhadinha para o lado e penso: ‘Ah, se eu tivesse meus 29 anos’”, revelou com bom humor.
Na mesma linha, completou com simplicidade e vigor: “Estou vivo”. A fala reafirma seu posicionamento diante da idade avançada sem abrir mão da sensibilidade, do desejo e da alegria em celebrar a existência com espontaneidade.
Hábitos que sustentam o bem-estar
Com vitalidade reconhecida pelo público e pela crítica, Ary atribui parte de sua longevidade a práticas contínuas de atividade física e mental. Ele mantém uma rotina de treinos em academia há duas décadas e cultiva o hábito de jogar futebol há mais de trinta anos.
Ao comentar um episódio recente de saúde, quando precisou ser internado para tratar um edema nas cordas vocais, encarou com otimismo. “É difícil achar peça nova para máquina velha, então estou atento a qualquer sinal”, disse, reforçando sua postura preventiva diante da idade.
Presença digital e reconhecimento do público
Desde o início da pandemia, Ary intensificou a produção de conteúdo nas redes sociais. O artista acumula 6,5 milhões de seguidores apenas no Instagram. Ao descrever esse público fiel, ironizou: “são cem estádios do Maracanã cheios de gente querendo ver minhas bobagens”.
A interação com os seguidores se tornou parte da rotina. Ele relata ser frequentemente abordado nas ruas com abraços e elogios espontâneos, o que evidencia a conexão mantida com o público mesmo após décadas de carreira.
Vida pessoal e escolhas
Fontoura nunca se casou nem teve filhos. Segundo ele, a escolha foi motivada por uma dedicação intensa ao ofício artístico. Apesar da opção pela vida solteira, demonstra não guardar arrependimentos, e encara o passado amoroso com a leveza de quem valorizou cada experiência.
Aos 92 anos, Ary vive uma fase marcada pelo equilíbrio entre memória afetiva e disposição para novos afetos — ainda que, como ele mesmo diz, sejam apenas devaneios passageiros. A naturalidade com que trata temas muitas vezes evitados revela a autenticidade de um artista que, mesmo diante do tempo, opta por continuar vivendo com intensidade e humor.