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Dudu poderá atuar pelo Atlético-MG após conseguir efeito suspensivo? Explicamos

O imbróglio entre Dudu e Leila se intensificou no fim de 2024, após o rompimento contratual entre o atacante e o Palmeiras

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva determinou, no dia 18 de julho, a suspensão de seis partidas e a aplicação de uma multa no valor de R$ 90 mil ao atacante Dudu, do Atlético-MG. A decisão, unânime e proferida pela 5ª Comissão Disciplinar, decorreu de publicações ofensivas do jogador nas redes sociais, consideradas misóginas contra a presidente do Palmeiras, Leila Pereira.

Conforme denúncia, o atleta infringiu o artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que trata de atos discriminatórios relacionados a raça, sexo, cor, entre outros critérios.

A postagem de Dudu, feita em janeiro, incluía a expressão “VTNC” direcionada à dirigente, gerando repercussão e posterior denúncia na esfera esportiva e também judicial.

Situação atual do jogador

No último domingo (20), o atacante cumpriu a primeira das seis partidas de suspensão ao ficar fora do confronto contra o Palmeiras, disputado no Allianz Parque, pela 15ª rodada do Campeonato Brasileiro. Já no dia seguinte, o STJD analisou o pedido de efeito suspensivo feito pela defesa do clube mineiro e decidiu acatar parcialmente o recurso.

Dessa forma, o valor da multa foi suspenso temporariamente, mas a penalidade esportiva permanece ativa. Com isso, o jogador segue fora das próximas cinco partidas organizadas pela CBF: Flamengo (domingo, 27), Flamengo novamente (quarta-feira, 31), Bragantino (sábado, 3 de agosto), Flamengo mais uma vez (terça-feira, 6 de agosto) e Vasco (sexta-feira, 9 de agosto).

Apesar da decisão parcial favorável, o Atlético-MG ainda aguarda o julgamento do recurso no Pleno do Tribunal, cuja data ainda não foi definida. A diretoria alvinegra busca, sobretudo, uma reconsideração que permita o retorno do atacante antes da conclusão da suspensão.

Reações e comparações

A diretoria atleticana manifestou incômodo com o que considera tratamento desigual em comparação a outras figuras públicas do futebol nacional. Como exemplo, foi citado o caso envolvendo a própria Leila Pereira, que, ao xingar John Textor — proprietário da SAF do Botafogo — não recebeu qualquer tipo de sanção disciplinar.

Por sua vez, os advogados de Dudu criticaram a morosidade na resposta ao pedido de efeito suspensivo. Segundo a defesa, a falta de decisão a tempo impossibilitou a presença do jogador contra seu ex-clube, frustrando o planejamento do departamento técnico do time mineiro para o confronto direto no Allianz Parque.

Desdobramentos judiciais

O imbróglio entre Dudu e Leila se intensificou no fim de 2024, após o rompimento contratual entre o atacante e o Palmeiras. À época, a presidente do clube afirmou que o atleta deixou a instituição “pela porta dos fundos”, o que gerou resposta dura do jogador:

“O caminhão estava pesado e mandaram eu sair pelas portas do fundo!!! (sic). Minha história foi gigante e sincera, diferente da sua senhora Leila Pereira. Me esquece. VTNC.”

Em reação, a mandatária declarou publicamente: “Se fosse um homem, ele não teria coragem de fazer isso como nunca houve na história do futebol brasileiro.” E acrescentou: “Não tenho dúvida que tudo o que esse atleta fez é porque sou mulher.”

Atualmente, há ações tramitando na Justiça. Leila ingressou com um processo cível contra Dudu, enquanto o jogador apresentou uma queixa-crime contra a dirigente por difamação e injúria. A audiência criminal está marcada para 26 de agosto, na 13ª Vara Criminal da Comarca de São Paulo.