A Polícia Civil do Rio de Janeiro concluiu o inquérito que envolve o cantor Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido artisticamente como Oruam. O rapper, de 24 anos, foi indiciado por sete crimes e se entregou às autoridades na tarde de terça-feira (22 de julho), após a emissão de mandado de prisão preventiva.
Conforme as investigações, Oruam vai responder por tráfico de drogas, associação ao tráfico, lesão corporal, ameaça, dano ao patrimônio público, desacato e resistência qualificada. Os fatos que motivaram a denúncia ocorreram após uma operação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) na residência do cantor, localizada no Joá, zona Oeste do Rio, na noite de segunda-feira (21 de julho).
Durante a ação, os agentes monitoravam um adolescente suspeito de atuar como segurança de um dos líderes do Comando Vermelho. Ao sair do imóvel acompanhado de outros indivíduos, o jovem foi abordado, o que provocou uma reação de Oruam e de seus acompanhantes. Segundo os policiais, pedras foram lançadas da varanda contra a equipe, resultando na lesão de um dos agentes. Além disso, o grupo teria proferido ofensas e tentado obstruir a prisão.
Em meio à confusão, Oruam teria se identificado como filho de Marcinho VP, preso desde 1996 e apontado como liderança da facção. A Polícia Civil classificou essa menção como tentativa de intimidação. Após a dispersão, os suspeitos deixaram o local antes de serem detidos.
O artista também é investigado por suposta promoção de sites de apostas ilegais, além de possíveis crimes de lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. Em fevereiro deste ano, a DRE já havia cumprido mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao cantor. Oruam chegou a ser preso em flagrante por abrigar um foragido da Justiça, embora tenha alegado desconhecimento da situação.
Nas redes sociais, o rapper se manifestou antes de se apresentar à polícia. Em um vídeo publicado na manhã de terça-feira, afirmou: “Aí, todos vocês que gostam de mim: vou me entregar, tropa. Não sou bandido, valeu”. Em seguida, acrescentou: “Eu errei. Desculpa aí todo mundo, provar para vocês que não sou bandido. Vou dar a volta por cima e depois vou vencer através da minha música”.
Ainda em sua defesa, Oruam alegou que só reagiu após se sentir ameaçado: “Só joguei pedras depois de ser ameaçado com armas de fogo, e tenho provas”.
Por fim, o secretário de segurança do Rio, Felipe Curi, declarou que o cantor tentou impedir a atuação dos agentes e reiterou que ele possui ligação direta com o Comando Vermelho. Segundo Curi: “Eles frustraram que uma ação legítima do estado fosse concretizada”.


