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Comentarista conversa com médico do Flamengo após polêmica com De la Cruz

Decisão foi tomada após o vazamento de mensagem em que Runco questionava a condição física de De La Cruz; médico admite erro e busca responsabilizar quem divulgou a conversa.

A saída de José Luiz Runco do Flamengo ocorreu após a divulgação de mensagens privadas em que o então chefe do departamento médico questionava as condições físicas de Nicolás De La Cruz. A diretoria do clube decidiu pela demissão um dia depois do vazamento, o que gerou ampla repercussão interna e externa, incluindo uma nota oficial publicada na terça-feira (23 de julho).

Anteriormente contratado no início da gestão de BAP, Runco não fazia parte do grupo de médicos diretamente vinculado ao futebol profissional. Isso foi reforçado pela nota do Flamengo, que mencionou outros cinco profissionais como responsáveis pelo acompanhamento cotidiano dos atletas: Fernando Sassaki, Luiz Macedo, Dieno Portella, Vitor Pereira e Bruno Hassel.

No conteúdo da mensagem vazada, Runco escreveu que De La Cruz teria “uma lesão crônica e irreparável no joelho direito” e também problemas no joelho esquerdo, o que comprometeria seu desempenho em alto nível. Segundo ele, “estamos tentando fazer o possível para que ele possa participar, mas é muito complicado”.

Aliás, após a repercussão, Arrascaeta, companheiro de De La Cruz na equipe, publicou uma breve mensagem em apoio ao uruguaio: “Se trata de cuidar dos nossos. Simples assim”. Enquanto isso, a diretoria reiterou que não comentaria especulações e que segue comprometida com a preservação do alto nível de performance no futebol nacional.

Durante o programa na ESPN, Zinho revelou ter conversado com Runco, que reconheceu o erro de ter escrito a mensagem no grupo de WhatsApp. “Foi uma conversa dele com um médico do grupo Fla Barra. É um grupo que tem até ex-presidentes”, explicou o comentarista. Runco, segundo ele, admitiu que “não era para eu ter falado no grupo, eu deveria ter enviado no particular”.

O ex-médico rubro-negro também estaria buscando identificar o responsável pelo vazamento da conversa, que inicialmente teria se restringido a um círculo de profissionais da área médica. “Ele pode até processar essa pessoa, porque é conversa de médicos, tem que ficar entre eles”, afirmou Zinho ao relatar o posicionamento de Runco.

Entretanto, o jornalista Vitor Sergio Rodrigues, da TNT Sports, considerou a decisão do clube acertada. Segundo ele, “impossível manter um profissional médico que vaza questões médicas de um paciente/atleta em um grupo de torcedores do WhatsApp”.

Em meio à repercussão, o caso escancarou a fragilidade na gestão de informações confidenciais dentro do ambiente esportivo. Apesar das justificativas médicas, o vazamento comprometeu a confiança entre setores internos do clube e precipitou o desligamento do profissional.