A trajetória de um jovem talento brasileiro, mesmo promissora, pode ser marcada por episódios lamentáveis fora das quatro linhas. Kevin, atacante revelado pelo Palmeiras e atualmente no Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, denunciou nas redes sociais os ataques racistas que vem sofrendo após uma atuação de destaque pela Europa League.
O caso gerou revolta entre torcedores e reacendeu o debate sobre racismo no futebol europeu.
Brilho em campo, intolerância fora dele
Na última quinta-feira (24), Kevin foi protagonista da vitória do Shakhtar por 4 a 2 sobre o Beşiktaş, da Turquia, pela Europa League. Com dois gols marcados, o brasileiro foi o nome da partida. Contudo, ao invés de comemorações, o pós-jogo ficou marcado por mensagens racistas em suas redes sociais.
A própria “Cria da Academia” compartilhou prints com parte dos ataques que recebeu, trazendo à tona mais um episódio lamentável de intolerância racial no futebol internacional.
Vale destacar que esse tipo de comportamento ainda persiste em diversos países europeus, mesmo com campanhas constantes de combate ao racismo.
Transferência milionária e carreira promissora
Kevin foi negociado com o Shakhtar ao fim de 2023, quando encerrava sua primeira temporada como profissional no Palmeiras. Naquele mesmo ano, foi eleito o melhor jogador da Copa São Paulo de Futebol Júnior, isso porque foi peça-chave na conquista do título pelo Verdão.
Cabe ressaltar que a venda rendeu 12 milhões de euros fixos ao clube paulista, com bônus que podem chegar a três milhões. O Palmeiras ficou com cerca de oito milhões de euros e ainda manteve 10% dos direitos para uma futura negociação, com isso, demonstra uma visão estratégica no mercado.
Desempenho que chama atenção da elite europeia
Na última temporada, Kevin disputou 35 partidas pelo Shakhtar, balançou as redes nove vezes e deu quatro assistências. Dessa maneira, se consolidou como um dos principais nomes da equipe ucraniana. O bom desempenho já atrai olhares de clubes importantes do futebol europeu, como o Napoli.
Além disso, o caso de Kevin reforça a importância de denunciar e combater atitudes discriminatórias, principalmente quando dirigidas a jovens atletas em ascensão. Por isso, é fundamental que clubes, entidades e torcedores se posicionem contra o racismo, promovendo um ambiente seguro e igualitário para todos.
Sendo assim, mais do que gols e títulos, é preciso lutar por respeito dentro e fora de campo. Desse jeito, o futebol poderá, de fato, ser um instrumento de inclusão e transformação.
