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Tati Machado fala pela primeira vez após a perda do filho

Apresentadora se emociona ao relatar perda gestacional, destaca importância do acolhimento e reforça a luta por visibilidade ao luto materno.

A jornalista Tati Machado, conhecida por seu trabalho na televisão, quebrou o silêncio neste fim de semana ao falar publicamente sobre a perda do filho Rael. A gestação, que se desenvolvia até a 33ª semana, foi interrompida de forma inesperada em maio deste ano. A apresentadora relatou em entrevista ao Fantástico e também em vídeo publicado nas redes sociais, o impacto emocional do episódio vivido por ela e pelo marido, o fotógrafo Bruno Monteiro.

A gestação de Rael foi anunciada com entusiasmo durante o programa Mais Você. Contudo, no retorno de uma viagem para São Paulo, Tati notou a ausência de movimentos do bebê. Inicialmente, tentou se tranquilizar com o uso de um aparelho caseiro, mas decidiu buscar atendimento hospitalar após ler sobre uma perda similar vivida por outra artista. O diagnóstico confirmou o pior: o coração de Rael havia parado.

“Na mesma hora, o meu mundo parou”, relembrou Tati. A partir dali, o casal enfrentou o luto. O parto foi induzido e, apesar do sofrimento, o momento foi descrito como uma despedida cheia de significado. “Quando a gente conheceu o Rael, foi o nosso momento de despedida também”, relatou Bruno.

Sem explicações médicas concretas, mesmo após exames detalhados, a morte de Rael segue sem causa definida. O retorno ao lar, atravessando maternidades e corredores cheios de recém-nascidos, foi especialmente doloroso. Tati reconheceu, porém, o acolhimento recebido na maternidade em que esteve internada, onde ficou afastada de outras mães. “É uma dor dilacerante”, desabafou.

O luto gestacional, classificado por Tati como uma dor silenciosa, agora conta com reconhecimento legal no Brasil. A recém-sancionada Lei do Luto Materno prevê apoio psicológico aos pais que enfrentam perdas desse tipo. “Essa dor de perder um filho é muito silenciosa. Eu quero que as pessoas possam ter as certidões com o nome que escolheram. Porque ele existiu”, afirmou, emocionada.

A viagem recente à Amazônia, acompanhada da cantora Lexa, que também passou por um luto neonatal, foi considerada um passo importante para a reconstrução emocional de Tati. “O Rael tava lá em todos os momentos”, contou ela.

Em processo de retorno ao trabalho, Tati se prepara para reencontrar Ana Maria Braga e participar da próxima edição do Dança dos Famosos, da qual foi campeã. Ainda assim, admite que o processo de cura é contínuo. “Não estou pronta. A resposta de hoje é que eu ainda não estou pronta. Mas não desisti”, confessou.

No desabafo publicado no domingo (27), Tati ainda destacou a importância de falar sobre o tema. “É uma ferida acesa. É um luto que perdura. Não é algo que se cura”, declarou. Segundo ela, dar voz à dor tem sido uma maneira de acolher e ser acolhida por outras mulheres que viveram situações semelhantes.