A expulsão de Léo Jardim, goleiro do Vasco, durante o confronto contra o Internacional no domingo (27 de julho), pela 17ª rodada do Brasileirão, gerou grande repercussão dentro e fora de campo. O episódio aconteceu no Beira-Rio, onde as equipes empataram por 1 a 1. O árbitro Flavio Rodrigues de Souza relatou em súmula que aplicou o segundo cartão amarelo ao jogador por retardar, deliberadamente, o reinício da partida.
Segundo a justificativa do árbitro, o goleiro caiu no gramado sem aparente necessidade médica e recusou-se a se levantar mesmo após orientações suas e do assistente. “Após ser advertido anteriormente por retardar o reinício de jogo, expulsei com segundo cartão amarelo o sr. Leonardo Cesar Jardim, nº 1 da equipe do Vasco da Gama, por, de maneira desrespeitosa, retardar o reinício de jogo da sua equipe caindo ao solo sem motivo aparente”, registrou Flavio Rodrigues na súmula.

O lance aconteceu aos 41 minutos do segundo tempo e, diante da expulsão, o técnico Fernando Diniz foi obrigado a retirar o atacante Nuno Moreira para colocar o goleiro reserva Daniel Fuzato. Pouco depois, o Internacional chegou ao empate com gol de Carbonero, o que aumentou a frustração do time carioca.
A decisão do árbitro foi duramente criticada por Fernando Diniz, que classificou a atitude como inadequada. “Inadmissível o Flávio fazer o que ele fez hoje. Não tem o mínimo cabimento. Eu não me lembro, na minha carreira, ter uma expulsão desse tipo. Ele não é médico. O Léo Jardim falou que estava com dor. Se ele machucou ou não, não é problema dele. O que ele pode é dar acréscimo”.
Ainda de acordo com o treinador, a conduta do árbitro careceu de critério e bom senso. “(O árbitro) foi extremamente rigoroso e nem critério teve. Se este for o critério, vai ter que expulsar sempre. Quero ver quantos goleiros serão expulsos. Isso daí sempre acontece, não dá para saber (se está machucado ou não)”.
O clube também se manifestou oficialmente por meio de nota, exigindo providências da Comissão de Arbitragem da CBF. “O Vasco da Gama tomará todas as medidas administrativas cabíveis junto à Comissão de Arbitragem da CBF e estará, já nesta segunda-feira, na sede da entidade para protocolar nova representação oficial. O afastamento do árbitro Flavio Rodrigues de Souza deve ser imediato ou iremos continuar acumulando um histórico de decisões polêmicas e recorrentes prejuízos a clubes e ao bom andamento do campeonato”.
A nota ainda enfatiza que o clube não aceitará calado esse tipo de episódio: “O Vasco da Gama não aceitará calado. Vai cobrar explicações, mudanças e responsabilidade. Porque futebol se decide na bola, e não no apito”.
Esse foi o segundo jogo seguido em que o Vasco se sentiu prejudicado pela arbitragem, segundo a diretoria. O clube calcula que perdeu quatro pontos por conta das decisões recentes dos juízes, o que eleva a tensão entre os dirigentes e a comissão de arbitragem da CBF.