A operação que investiga a influenciadora Deolane Bezerra, conhecida como “Operação Integration”, foi deflagrada em 4 de setembro de 2024. A ação da Polícia Civil apura um suposto esquema de lavagem de dinheiro ligado a jogos de azar.
Além de Deolane, sua mãe, Solange Bezerra, e a casa de apostas Esportes da Sorte estão entre os alvos. Na ocasião, mandados de prisão e de busca foram cumpridos em estados como Pernambuco, Paraíba, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Goiás.
Deolane permaneceu detida até 9 de setembro, quando obteve habeas corpus e passou a usar tornozeleira eletrônica. No entanto, após descumprir uma determinação judicial que proibia manifestações públicas, ela retornou ao regime fechado.
Em 24 de setembro, a influenciadora foi solta novamente, junto a outros 17 investigados, por decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).
Reviravolta judicial
Na segunda-feira (28), a juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal da Capital de Pernambuco, decidiu encaminhar o processo para a Justiça Federal. A magistrada atendeu a uma manifestação da Subprocuradoria-Geral de Justiça, que havia solicitado arquivamento parcial do caso, mas também indicou que os indícios apontam para possíveis crimes federais.
Segundo ela, surgiram evidências de evasão de divisas e outros delitos com repercussão internacional, o que retira a competência da Justiça Estadual.
Declarações da influenciadora
A decisão provocou forte reação de Deolane. Em uma live feita na noite de segunda-feira (28), ela se mostrou profundamente abalada e protestou contra a transferência do caso. Ao lado da irmã Daniele Bezerra, ela declarou:
“Eu não aguento mais isso. Eu não não aguento mais, para sempre vocês acabaram com a minha imagem, com a minha reputação, com a saúde mental da minha mãe e com a minha também. E vocês não vão continuar e eu vou eu vou me calar”.
Na transmissão, a advogada fez críticas diretas à conduta da juíza responsável. Em suas palavras: “Hoje, após quase um ano, a juíza fala: ‘Eu não tenho competência para esse processo’. Eu fui presa por uma juíza incompetente”.
Deolane também acusou a magistrada de agir com intenção deliberada de prejudicá-la: “Ela não poderia mandar esse processo para a Justiça Federal. Eu não vou me calar. Eu não cometi crime algum […] Uma juíza parcial, que faz as coisas calculadas para prejudicar”.
Críticas à investigação
Ainda durante o desabafo, Deolane voltou a mencionar o delegado Paulo Godi, que lidera o inquérito, e atribuiu a ele distorções no processo: “Vocês me prenderam porque mentiram, ludibriaram a Justiça. Você, Paulo Godi, mentiu, ludibriou a Justiça, ludibriou o Ministério Público”.
Ela também defendeu que possui comprovações sobre a origem lícita de seu patrimônio: “Você falou que eu não tinha dinheiro para comprar o carro e eu tinha 40 milhões declarados em uma única empresa”.
Mobilização e promessa de reação
Em diversos momentos da live, a influenciadora enfatizou que pretende continuar denunciando publicamente o que considera injustiças no processo. Ao finalizar a transmissão, afirmou com veemência:
“Está travada a guerra”.