A expulsão de Léo Jardim na partida entre Internacional e Vasco, realizada no domingo (27), continua gerando controvérsias. O goleiro vascaíno recebeu dois cartões amarelos, sendo o segundo por retardar a reposição de bola, o que levou à sua saída de campo. A decisão do árbitro Flávio Rodrigues de Souza foi defendida publicamente por Rodrigo Cintra, presidente da Comissão de Arbitragem da CBF.
Na visão de Cintra, chefe de arbitragem da CBF, o árbitro esgotou todos os procedimentos antes de aplicar o cartão vermelho. Ele afirmou que o comportamento de Léo Jardim configurou “desrespeito ao jogo” e reforçou que a arbitragem está orientada a agir com rigor diante de situações que configurem antijogo, conforme diretrizes da FIFA.
“O árbitro chegou ao último recurso, mesmo com o apoio de seu assistente, mesmo voltando lá pela segunda vez, mesmo com o médico ao lado do jogador, sem proceder nenhum tipo de atendimento. Não tinha outro recurso para retornar a partida”.
O episódio aconteceu aos 38 minutos do segundo tempo, quando o Vasco vencia por 1 a 0. Na ocasião, Léo Jardim sentou no gramado, alegando dores, mas não permitiu atendimento imediato. De acordo com a súmula, o goleiro teria solicitado auxílio médico apenas no momento em que a partida seria reiniciada, o que, para o árbitro, caracterizou atraso intencional no reinício do jogo.
Posteriormente, o Vasco divulgou um laudo médico indicando que o jogador sofreu “hematomas musculares profundos” e uma contusão por trauma na bacia. O clube classificou a atuação da arbitragem como “desastrosa” e solicitou o afastamento do árbitro, pedido que, conforme apuração, não deve ser atendido pela CBF.
Questionado sobre o diagnóstico médico, Cintra evitou comentários mais específicos. “Não tenho como analisar o laudo dos médicos, eu não sou médico e nem o árbitro é médico. O médico estava do lado do jogador. Quem tinha que analisar era o médico”, declarou.
Aliás, o dirigente destacou que a arbitragem brasileira tem buscado se alinhar às diretrizes internacionais no combate ao antijogo. Segundo ele, a atuação de Flávio Rodrigues de Souza seguiu integralmente as normas estabelecidas. “O árbitro cumpriu cem por cento dos procedimentos e tentou a todo instante evitar a perda de tempo”, concluiu.
Embora a postura de Léo Jardim tenha sido justificada posteriormente com base no laudo clínico, a arbitragem sustenta que não houve pedido formal de atendimento em tempo hábil. O caso expõe um conflito entre a percepção clínica e a interpretação disciplinar das regras em campo.