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Flamengo x Atlético: Dudu aciona STJD para tentar jogar

Por ora, o impasse segue judicialmente indefinido, com desdobramentos tanto na esfera desportiva quanto na Justiça comum

A controvérsia entre Dudu e Leila Pereira ganhou repercussão em 2024, quando o atacante rescindiu contrato com o Palmeiras após desistir de um acordo com o Cruzeiro. Na ocasião, a presidente do clube paulista criticou a saída do jogador, afirmando que ele “saiu pela porta dos fundos”.

Em resposta, Dudu publicou nas redes sociais: “O caminhão estava pesado e mandaram eu sair pelas portas do fundo!!! Minha história foi gigante e sincera, diferente da sua senhora Leila Pereira. Me esquece. VTNC”.

Desde então, as disputas entre as partes se estenderam à esfera judicial. Leila abriu uma ação cível por danos morais, enquanto o jogador apresentou uma queixa-crime na 13ª Vara Criminal da Comarca de São Paulo, acusando a dirigente por injúria e difamação. A audiência está marcada para 26 de agosto.

Julgamento no STJD e punição disciplinar

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) puniu Dudu com seis jogos de suspensão e multa de R$ 90 mil pelas declarações contra Leila Pereira. A penalização teve como base a acusação de misoginia por parte da procuradoria. O jogador já cumpriu dois jogos de gancho no Campeonato Brasileiro.

A defesa do atacante, comandada pelos advogados Diogo Jabur Pimenta e Carla Silene Cardoso Lisboa, entrou com recurso imediatamente após o julgamento. O tribunal, no entanto, acatou parcialmente o pedido, suspendendo apenas a multa, mas mantendo a sanção esportiva.

Argumentos da defesa e tentativa de liberação

Na segunda-feira (29), os representantes legais de Dudu protocolaram nova petição no STJD solicitando revisão do efeito suspensivo. O objetivo é permitir que o atacante atue contra o Flamengo, nesta quinta-feira (31), às 21h30 (horário de Brasília), pelas oitavas de final da Copa do Brasil.

Entre os argumentos, destacam-se a alegação de que o episódio não ocorreu em ambiente de competição, a suposta ausência de ato discriminatório e a contestação da imparcialidade da auditora relatora Renata Mendonça. A defesa anexou uma imagem em que a auditora aparece ao lado das advogadas de Leila em um evento institucional sobre mulheres no esporte.

Além disso, os advogados afirmam que a União Brasileira de Mulheres (UBM), autora da denúncia na esfera esportiva, não possui legitimidade jurídica por não fazer parte do sistema desportivo.

Expectativa e impacto no Atlético-MG

A análise do novo recurso acontecerá justamente no dia da partida contra o Flamengo, no Maracanã. Para ser relacionado, Dudu precisa da concessão do efeito suspensivo completo e, portanto, deve viajar com o grupo para o Rio de Janeiro ainda nesta quarta-feira (30).

Conforme o andamento processual, o Atlético-MG aguarda definição com expectativa, já que o atleta figura como uma das opções ofensivas para o confronto. A suspensão impediu sua participação nos jogos anteriores contra Palmeiras e Flamengo, válidos pelo Campeonato Brasileiro.

Fala direta e contraponto de Leila

Leila Pereira também se manifestou sobre o caso em diferentes ocasiões. Em entrevista, declarou: “Se fosse um homem, ele não teria coragem de fazer isso como nunca houve na história do futebol brasileiro”. Meses depois, reforçou: “Não tenho dúvida que tudo o que esse atleta fez é porque sou mulher”.

Por ora, o impasse segue judicialmente indefinido, com desdobramentos tanto na esfera desportiva quanto na Justiça comum. O resultado do julgamento desta quinta-feira pode alterar o panorama para o Atlético na Copa do Brasil.