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Polícia Federal faz investigação contra o presidente da CBF

Operação investiga possíveis fraudes eleitorais em Roraima nas eleições de 2024; Samir é suplente de Helena Lima, alvo da operação e pertencente ao mesmo grupo político

O presidente da CBF, Samir Xaud, foi alvo de uma operação da Polícia Federal deflagrada na manhã desta quarta-feira (30), no Rio de Janeiro. A ação integra a Operação Caixa Preta, que investiga supostos crimes eleitorais ocorridos no estado de Roraima durante o período das eleições municipais de 2024. Agentes da PF estiveram por cerca de 30 minutos na sede da entidade, localizada na Barra da Tijuca, Zona Oeste da capital fluminense.

Apesar da presença dos agentes federais, a Confederação Brasileira de Futebol afirmou que nenhum equipamento ou documento foi apreendido. Segundo a instituição, a operação não tem relação com as atividades da CBF ou com o futebol nacional. Em nota, a entidade destacou que Samir Xaud “não é o centro das apurações” e que o dirigente está à disposição para colaborar com as investigações.

A investigação teve início em setembro de 2024, quando o empresário Renildo Lima foi detido em Roraima com R$ 500 mil em espécie, parte do valor encontrado em sua cueca. Renildo é casado com a deputada federal Helena Lima (MDB-RR), que é apontada como o principal alvo da operação. Samir Xaud é suplente da parlamentar e também faz parte do mesmo grupo político no estado.

Conforme os investigadores, o nome de Xaud surgiu em áudios obtidos durante a apuração. Em uma das mensagens, Renildo Lima menciona que o então candidato à presidência da CBF integraria sua articulação política nas eleições municipais. Com base nessas informações, a Justiça Eleitoral autorizou o cumprimento de dez mandados de busca e apreensão em Roraima e no Rio de Janeiro, além do bloqueio judicial de mais de R$ 10 milhões em contas bancárias dos envolvidos.

Antes de assumir o comando da CBF, Samir Xaud presidiu a Federação Roraimense de Futebol, entidade que já havia sido liderada por seu pai durante quatro décadas. Em 2022, tentou uma vaga na Câmara dos Deputados pelo MDB, mas obteve apenas 4.816 votos, terminando como suplente.

Ainda em 2022, o atual dirigente foi citado em uma ação por improbidade administrativa relacionada à sua gestão no Hospital Geral de Roraima, em 2018. O processo segue em tramitação no Tribunal de Justiça do estado, e a defesa de Xaud afirma que ele é inocente.