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“Time para mim não vai faltar”: áudio de Dudu com dirigente do Palmeiras vem à tona

O conteúdo dos áudios dividiu opiniões nas redes sociais

Uma gravação feita por Dudu durante reunião com Anderson Barros, então diretor de futebol do Palmeiras, evidenciou tensões na reta final da passagem do atacante pelo clube. O conteúdo dos áudios, revelado pela imprensa nos últimos dias, mostra o jogador manifestando seu desejo de permanecer na equipe, apesar do ambiente que classificou como desfavorável.

Durante a conversa, Dudu reforçou o vínculo emocional com o clube e seus torcedores. Ele destacou o impacto da relação com a presidência e a comissão técnica na decisão de deixar o time.

“Anderson, a minha vontade eu falei aquele dia para você. Nunca vou querer sair do Palmeiras. Nunca vou querer sair do Palmeiras. Quando eu cheguei, eu não tinha o pensamento que eu ia virar esse jogador, que eu virei. E a importância que eu tenho para o torcedor, para todo mundo, para a minha família…”, disse o jogador, revelando mágoa e descontentamento com a forma como vinha sendo tratado.

Ainda durante o diálogo, o atacante se mostrou resignado com a possibilidade de sair ao final do contrato.

“Para mim, tanto faz renovar (com o Palmeiras) no ano que vem. Se eu não renovar, eu vou sair. Pode ter certeza que, ano que vem, em dezembro, o Cruzeiro vai me querer, o Santos, o Corinthians, quem quer que seja. Time para mim não vai faltar. Eu tenho certeza”, dizia outro trecho divulgado pela ESPN.

Relação desgastada e impacto emocional

Anteriormente, Dudu já havia relatado problemas de convivência e alegado perseguição interna. Em sua defesa no processo judicial movido pela presidente Leila Pereira, o jogador classificou os últimos dias no Palmeiras como “humilhantes”. Segundo ele, o ambiente hostil o levou à perda de peso e insônia, obrigando-o a buscar ajuda médica.

A defesa do atacante sustentou que ele foi tratado como moeda de troca e ignorado nas escalações. A ausência de respaldo da presidência e da comissão técnica teria agravado o sentimento de rejeição, conforme sustentado por seus advogados.

“Jamais eu ia querer sair do Palmeiras. Eu só quero. E eu só quero que eu não vou falar do Palmeiras porque o Palmeiras envolve torcida, envolve tudo. Vou falar: vocês. Você, a presidente e o treinador. Entendeu? Porque o Palmeiras, é a torcida, é todo mundo” — completou Dudu, dirigindo-se diretamente ao dirigente durante a gravação.

Defesa do clube e postura do dirigente

No mesmo áudio, Anderson Barros respondeu de forma diplomática, citando até casos internacionais, como a saída de Cristiano Ronaldo do Real Madrid, para explicar o posicionamento da diretoria palmeirense. Ele reforçou que nenhuma proposta havia sido criada pelo clube, mas que o Palmeiras estaria disposto a negociar diante do interesse de outros times.

“O que eu quero te mostrar, Dudu, é que o clube não fez o movimento. Seguiu o processo normal. Apareceu uma situação, uma pessoa que gosta de você, e fez uma grande proposta. Houve, sim, a aceitação do Palmeiras. Disse que ok se as coisas fossem acertadas com o atleta”.

Entretanto, o dirigente também deixou claro que não haveria promessas quanto à renovação, enfatizando o planejamento esportivo e financeiro do clube. Segundo Barros, a decisão final sobre a permanência ou saída caberia exclusivamente ao jogador.

Repercussão entre os torcedores

O conteúdo dos áudios dividiu opiniões nas redes sociais. Enquanto parte da torcida demonstrou empatia pelas palavras do ídolo, outra criticou a exposição pública da conversa. Termos como “lamentável” e “deplorável” foram usados por internautas que desaprovaram tanto o vazamento quanto a condução da situação.

Conflito judicial em andamento

A crise entre Dudu e a presidente Leila Pereira culminou em ações judiciais de ambas as partes. A mandatária exige R$ 500 mil por danos morais em razão das críticas públicas feitas pelo atleta. O atacante, por sua vez, também cobra o mesmo valor, alegando perseguição e assédio moral na fase final de sua trajetória no clube.

O processo segue em curso e não há decisão judicial até o momento. A troca de acusações, porém, marca de forma definitiva a ruptura entre o jogador mais vitorioso da história do Palmeiras e a atual gestão do clube.