Em meio à grave crise institucional do Corinthians, o presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior, concedeu uma longa entrevista coletiva na sexta-feira (1º), no Parque São Jorge. Durante sua fala, ele defendeu a necessidade de uma profunda transformação no clube e comparou o modelo corintiano ao do Flamengo.
“Eu não vou fechar o caixão. O Corinthians precisa virar a página e renascer das cinzas. Quero voar com águia, queremos ser o Flamengo e vamos ser”.
A fala, que buscava destacar o sucesso esportivo e organizacional do clube carioca nos últimos anos, provocou forte reação de Augusto Melo, presidente afastado do Corinthians, que participou de um evento no sábado (02).
Resposta contundente do presidente afastado
A declaração de Tuma foi rebatida de forma direta por Augusto Melo, que criticou publicamente o dirigente durante a inauguração do Novo Terrão. Afirmou que a fala do presidente do Conselho tinha como objetivo autopromoção e desqualificou o conteúdo com palavras duras.
“Patética, né? Então ele que vá para o Flamengo, porque aqui ele é um presidente estatutariamente afastado. Um absurdo. O Corinthians é muito maior que o Flamengo. É o maior da América Latina e um dos maiores do mundo. Patético, ridículo”.
Críticas à gestão e investigações em andamento
Durante a mesma entrevista coletiva, Tuma também comentou sobre a crise administrativa, os escândalos financeiros e os processos de investigação que envolvem ex-dirigentes. Apontou Augusto como responsável por desvios que, segundo o Ministério Público, podem ultrapassar R$ 40 milhões. A Justiça já aceitou a denúncia.
“A polícia disse que o cara (Augusto) roubou, o Ministério Público pediu que ele fosse réu e a Justiça aceitou a denúncia. Quando o presidente vai devolver os R$ 40 milhões que o Ministério Público exige que ele devolva para o clube? Estamos cobrando o cara que deve R$ 10 mil e o cara que deve R$ 40 milhões não?”.
Avaliação interna e oposição ao modelo SAF
Tuma também rejeitou a possibilidade de o Corinthians migrar para o modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF), alertando para interesses externos e influência de empresários. Ele citou que a SAFiel teria contribuído financeiramente para a campanha de Augusto Melo e classificou o modelo como inadequado para a história do clube.
Votação decisiva e expectativas no clube
O futuro institucional do clube será decidido na próxima sexta-feira (08), quando ocorre a Assembleia Geral dos sócios no Parque São Jorge, das 9h às 17h (horário de Brasília). Nessa ocasião, será votado o impeachment de Augusto Melo.
Segundo Tuma, caso o presidente afastado retorne ao cargo, o clube pode entrar em um ciclo de instabilidade: “Temos seis impeachments ainda para votar. Aí vai ser: afasta, volta, afasta, volta. Ou a gente vira a página dia 9, ou esquece, fecha isso aqui e vamos embora”.
