Whindersson Nunes revelou no domingo (3), em entrevista ao Fantástico, que foi diagnosticado com altas habilidades — condição popularmente conhecida como superdotação — após passar por testes neuropsicológicos durante sua internação em uma clínica no interior de São Paulo, no início de 2025.
O diagnóstico foi recebido enquanto o artista buscava ajuda para lidar com dependência de álcool, depressão e ansiedade.
Segundo informações do programa exibido pela TV Globo, o Quociente de Inteligência (QI) do humorista foi medido em 138, valor significativamente acima da média da população, que gira em torno de 100. Conforme explicou a neuropsicóloga Carolina Mattos, “a média é 96, 101. O dele é bem mais alto”.
Impacto emocional e histórico pessoal
O artista relatou que sempre se sentiu deslocado desde a infância, o que o levou a buscar refúgio na arte. “Na infância, eu já me sentia assim, meio diferente, estava mais sozinho, preferia isso do que andar no recreio com a turma”, afirmou. Para ele, o diagnóstico ajudou a dar sentido a diversos sentimentos que o acompanharam durante a vida.
A neuropsicóloga destacou que indivíduos com esse perfil apresentam “pensamento muito acelerado, questionamentos intensos e constantes sobre si e o mundo”, o que pode aumentar a sensibilidade emocional e, consequentemente, tornar essas pessoas mais suscetíveis a estados depressivos.
Convivência com a condição e tratamento atual
Durante a conversa com a repórter Ana Carolina Raimundi, o comediante explicou que, apesar de o diagnóstico oferecer certa compreensão sobre suas experiências, ele o enxerga mais como um fardo.
“Essas habilidades me trouxeram sobrecarga mental, afetaram meus relacionamentos. Eu não fui assistido por pais que sabiam que tinham um filho com altas habilidades”, desabafou.
Além disso, mencionou mudanças no estilo de vida: reduziu o consumo de álcool, passou a limitar o tempo de uso de telas e manteve acompanhamento psiquiátrico regular.
“Eu queria saber por que essa vontade de terminar a garrafa, não poder tomar só um pouco. Só queria se fosse inteira”, afirmou o influenciador ao refletir sobre o padrão compulsivo do vício.

Luto e saúde mental
Ainda em tratamento psicológico, Whindersson continua lidando com o luto pela morte do filho João Miguel, ocorrido em maio de 2021. O bebê nasceu prematuro e faleceu dois dias após o parto. O artista ressaltou que esse tipo de dor não encontra alívio em substituições e que ele tem buscado formas saudáveis de enfrentar a perda.
Nos últimos anos, o comediante tem se afastado dos palcos em alguns momentos para priorizar a saúde emocional. Além de terapia e medicação, o artista adotou práticas como a ioga para tentar manter o equilíbrio psicológico.
Reflexões e posicionamento atual
Por fim, o humorista declarou que, atualmente, não busca mais alcançar metas de sucesso tradicionais. “Eu já não estou mais pensando em vencer, em ser o primeiro, por saber que aqui é uma passagem, um tempo. Mas é pequeno também, se você parar para pensar na eternidade”, concluiu.