Aos 37 anos, Wallace Reis segue atuando profissionalmente e, mesmo distante dos holofotes da elite do futebol nacional, suas palavras ainda repercutem. Com passagens marcantes por Corinthians e Flamengo, o zagueiro atualmente defende o Londrina, na Série C do Campeonato Brasileiro. Em entrevista ao Lance!, o defensor fez críticas contundentes ao atual cenário do futebol brasileiro, chamando atenção para a perda de identidade do esporte nacional.
Jovens esquecidos, estrangeiros em alta: uma conta que não fecha
Wallace apontou um problema recorrente nos grandes clubes do Brasil: a falta de aproveitamento dos jogadores das categorias de base. Para ele, há um excesso de contratações estrangeiras, muitas vezes de nível semelhante ou inferior ao dos talentos nacionais.
“Hoje a gente tem visto poucas equipes usarem o que têm de melhor em relação ao que é formado nas categorias de base. Eu vejo muito jogador estrangeiro vindo para o país. Não que eu seja contra, pelo contrário, mas eu acho que não é do nosso nível. Talvez a gente tenha o mesmo nível, ou melhor”, afirmou Wallace.
Por isso, ele acredita que os clubes brasileiros estão se distanciando de sua essência formadora, sendo assim, desperdiçam um potencial gigantesco. Vale destacar que o Brasil possui um dos maiores celeiros de craques da história do futebol.
A crítica à busca por reforços em países com menor população
Além disso, Wallace questionou a lógica de ir atrás de jogadores em mercados menores, como Venezuela e Uruguai, enquanto o Brasil, com mais de 220 milhões de habitantes, falha em revelar nomes com a mesma frequência.
“Se a gente está indo buscar na Venezuela, que talvez tenha 15, 20 milhões de pessoas, ou no próprio Uruguai, com uma população de 3 milhões… tem algum equívoco aí, a conta para mim não fecha”, destacou.
Dessa maneira, Wallace provoca uma reflexão: por que o Brasil, historicamente referência em formação, parece ter perdido o rumo? Com isso, sua análise joga luz sobre um problema estrutural que vai além das quatro linhas.
Cabe ressaltar que atletas como Soteldo e Savarino são exceções bem-sucedidas, mas a regra não deve ser substituir promessas locais por nomes estrangeiros sem critérios. Portanto, recuperar a identidade formadora é urgente.