Preta Gil, falecida no dia 20 de julho, aos 50 anos, vítima de um câncer colorretal diagnosticado em 2023, teve seu desejo final respeitado pela família e amigos mais próximos. Conforme sua vontade expressa em vida, as cinzas foram divididas em porções e terão múltiplos destinos.
Parte será transformada em diamante, enquanto outras frações foram distribuídas entre pessoas íntimas e serão espalhadas em locais de grande significado afetivo para a cantora, como sua residência e um cais na Bahia, que costumava frequentar com frequência.
Além disso, uma parte significativa das cinzas foi depositada no Columbário do Cemitério da Penitência, no Caju, no Rio de Janeiro. O local, que abriga urnas de outras figuras importantes da cultura brasileira, agora conta com uma escultura do rosto de Preta, acompanhada de uma foto e mais de 100 mensagens escritas por amigos e familiares.
Cerimônia pública e repercussão familiar
O velório da artista aconteceu cinco dias depois, em 25 de julho, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, e será aberto ao público. A cerimônia marcou um momento de despedida simbólica para os que desejaram prestar uma última homenagem à cantora, que se encontrava em tratamento nos Estados Unidos nos últimos meses.
Francisco Gil, único filho de Preta, publicou uma carta emocionada em suas redes sociais. Ele acompanhou de perto todo o processo de tratamento da mãe e destacou o amor como força central da vida dela. “Você foi implacável amando”, escreveu.
Em outro trecho, Francisco afirmou: “Que privilégio ter vindo pra esse mundo de dentro de você.” O cantor também compartilhou a mensagem dita por Gilberto Gil, pai de Preta, após a perda: “Que agora venham os 50 bilhões de anos…”.
Memorial e espaço coletivo no columbário
No Columbário do Cemitério da Penitência, o espaço dedicado à artista divide lugar com homenagens a outros nomes consagrados da cultura brasileira, como Milton Gonçalves, Lucio Mauro, Nicette Bruno, Orlando Drummond, Bibi Ferreira, Beth Carvalho, Nelson Sargento e MC Marcinho.

O local oferece estrutura com nichos personalizados e fechaduras individuais, possibilitando visitas íntimas por parte dos familiares. No memorial de Preta, há itens pessoais, flores e homenagens de nomes como Bela Gil, Juliana Alves, Lore Improta, Clara Buarque, Regina Casé, Renê Silva e Sol de Maria.
Técnica do diamante memorial
A escolha pela transformação de parte das cinzas em diamante também ganhou destaque. Esse processo tem atraído a atenção de outras personalidades. Nomes como Andre Marques e Luiza Possi já aderiram à técnica, que consiste em sintetizar uma pedra preciosa a partir dos elementos presentes nas cinzas.
Segundo especialistas, o valor da peça vai além do aspecto financeiro. “Muito mais do que o valor financeiro, é o valor emocional”, afirmou um profissional que atua com a criação de joias memoriais.