No sábado (09), o Corinthians concluiu o processo de impeachment do então presidente Augusto Melo. A votação contou com 2.037 sócios, número considerado reduzido pelos Gaviões da Fiel, que questionaram a representatividade dessa decisão em um clube com mais de 35 milhões de torcedores.
A diretoria interina, agora sob responsabilidade de Osmar Stabile e do Conselho Deliberativo, deve organizar uma eleição indireta com votação restrita aos conselheiros.
Críticas e exigências da organizada
A principal torcida organizada alvinegra manifestou publicamente insatisfação com o modelo atual de gestão e cobrou mudanças estruturais.
“É lamentável que o destino de um clube com mais de 35 milhões de torcedores seja decidido por um número tão pequeno de pessoas. Essa é a prova mais clara de que o atual estatuto do clube precisa ser reformado com urgência. Osmar Stabile e o Conselho Deliberativo agora têm a missão de organizar uma nova eleição indireta, que será feita apenas pelos conselheiros”, destacou o comunicado.
Denúncias e cobrança de punições
A Gaviões também afirmou que a crise não se limita à figura do ex-presidente, apontando a existência de outros dirigentes supostamente envolvidos em má gestão.
“Mas a nossa luta não para por aí. Sabemos que a ‘lista suja’ do Parque São Jorge não se resume a um único nome. Há muitos outros dirigentes, cúmplices de esquemas e gestões corruptas, que precisam ser varridos do clube. Continuaremos cobrando o Conselho para que os ex-dirigentes que só prejudicaram o Corinthians sejam afastados do clube. Que as regras sejam aplicadas a todos, sem exceção, porque a punição deve ser igual para todos”, afirmou a entidade.
Propostas de mudança e direito ao voto
Após o afastamento da antiga diretoria, a organizada apresentou aos dirigentes interinos um projeto de reforma do estatuto. A proposta foi acompanhada de um apelo formal de Osmar Stabile ao Conselho Deliberativo para dar andamento ao processo.
“É urgente a reforma do estatuto para que, de fato, o Fiel Torcedor tenha direito a voto. Não podemos mais aceitar que o futuro do Corinthians fique nas mãos de um grupo fechado. Exigimos o fim desse sistema que perpetua o poder e a irresponsabilidade. Nossa luta é por um Corinthians de todos, por um clube que verdadeiramente respeite sua paixão e sua história. A voz da Fiel precisa ser ouvida”, concluiu o manifesto.