segunda-feira, agosto 11, 2025
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Dirigente do Atlético-MG se manifesta sobre Fair Play financeiro no futebol nacional

O modelo europeu apresentado pela UEFA servirá de base, com adaptações à realidade brasileira

Na segunda-feira (11), a sede da CBF, no Rio de Janeiro, recebeu dirigentes de clubes e federações para debater a implementação do fair play financeiro no país. O encontro, que contou com a presença de representantes da UEFA, abriu um processo de 90 dias para formulação de um projeto que poderá ser aplicado gradualmente a partir de 2026, com o objetivo de criar um sistema autossustentável e reduzir o chamado “doping financeiro”.

Posição do CEO do Atlético

O CEO do Atlético, Bruno Muzzi, participou do evento e, em entrevista, defendeu a adoção imediata de regras claras que garantam equilíbrio orçamentário. Para ele, a padronização é indispensável para a sustentabilidade de longo prazo.

“Hoje o assunto é fair play, então é uma coisa que precisa ser começada imediatamente para que todos os clubes tenham uma regra clara e obedecer isso para que os clubes tenham uma sustentabilidade financeira no longo prazo”, afirmou.

O dirigente ressaltou que a estabilidade é essencial para evitar oscilações bruscas de desempenho.
“Não adianta ir muito bem num ano e muito mal no outro. Precisamos ter sustentabilidade, é assim que o futebol vai mudar. É uma excelente iniciativa e essencial para a mudança nos próximos anos”, completou.

Situação Financeira do Clube

Desde que se tornou SAF, em julho de 2023, o Atlético enfrenta instabilidade financeira, agravada em 2025. No mês anterior ao encontro, jogadores usaram redes sociais para manifestar insatisfação com atrasos salariais, e o atacante Rony chegou a acionar o clube na Justiça pedindo rescisão indireta, mas retirou o pedido após diálogo com a diretoria.

Sobre esse cenário, Muzzi enfatizou a necessidade de controle rigoroso dos gastos. “O Atlético vem há muitos anos com bastante dívida. Isso precisa ser regulamentado, ser bem organizado. Clube de futebol tem uma particularidade muito grande. O clube de futebol está sempre no limite de gastos e despesas”, declarou.

“É assim, não muda, mas o que não pode é a gente entrar num nível de gasto para competir tão excesso que leve os clubes a não pagar os compromissos. O Atlético precisa também entrar nessa regra como todos os clubes”, acrescentou.

Propostas e Perspectivas

A proposta discutida inclui, entre outras medidas, a proibição de contratações por clubes que tenham pendências financeiras com outras equipes nacionais. A CBF, porém, indicou que a medida será analisada com cautela para evitar colapso no setor. O modelo europeu apresentado pela UEFA servirá de base, com adaptações à realidade brasileira.