A campeã olímpica Rebeca Andrade confirmou que seguirá afastada das competições durante toda a temporada de 2025. A decisão, tomada em conjunto com sua equipe técnica, afasta a ginasta do Mundial de Jacarta, marcado para outubro, e tem como foco principal sua recuperação física e mental após o intenso ciclo olímpico até Paris 2024.
Revelada pelas categorias de base da ginástica brasileira e maior medalhista olímpica do país, Rebeca iniciou sua pausa logo após o Campeonato Brasileiro, em setembro de 2024. Desde então, tem participado de eventos comerciais e premiações, como o Laureus, além de aproveitar viagens pessoais. Embora esteja fora das competições, mantém uma rotina de treinos mais leves no Centro de Treinamento do Time Brasil, no Rio de Janeiro, visando preservar o condicionamento físico.
Segundo o técnico Francisco Porath, conhecido como Chico, a estratégia visa manter a atleta em boas condições até o início do novo ciclo olímpico. “Optamos por um ano mais tranquilo. Ela seguirá mantendo a preparação física, o fortalecimento articular e os cuidados com dores crônicas. É um ‘destreinamento ativo’, controlando fatores externos e preservando o bom momento que vive”, explicou.
Em entrevista, Rebeca destacou a importância da pausa. “Tô descansando. Tá sendo bem importante pra mim. Era algo que eu queria há muito tempo, mas eu entendia as minhas prioridades. Então acabei jogando mais pra frente. Mas hoje para mim tá sendo maravilhoso”.
Entretanto, o afastamento das competições não é o único anúncio. A ginasta decidiu também encerrar sua participação no solo, aparelho em que conquistou o ouro olímpico. A escolha, segundo ela, é definitiva para o ciclo que culminará em Los Angeles 2028. “Hoje é 100% certo: não quero fazer solo. Conheço minhas dores e o nível de entrega necessário. Não quero fazer de qualquer forma, só se for para fazer o meu melhor. O Chico sofreu, mas já aceitou”, revelou.
O treinador reforçou que o solo é o aparelho que mais exige do corpo da atleta e pode comprometer sua performance em outros. “É muito sofrido prepará-la para o solo. Quando ela faz um treino forte, precisa de dois dias para se recuperar. Não é inteligente tentar todas as finais possíveis sem garantir medalhas”, afirmou Chico. Ele também destacou que a decisão abre espaço para novas atletas: “A vaga do solo tá aberta. Mexe com todo mundo”.
Por fim, Rebeca e sua equipe concentram os esforços no planejamento para 2026, quando terão início os eventos classificatórios para os Jogos Olímpicos. A meta é clara: alcançar Los Angeles em plena forma e bem preparada para representar o Brasil mais uma vez nas principais disputas da ginástica artística.
