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Eagle avaliam revenda da SAF Botafogo para John Textor; entenda

Inicialmente, Eagle não cogitava negociar com Textor; reunião entre as partes deixou possibilidade em aberto e relação mais 'flexível

O Botafogo atravessa uma disputa judicial na tentativa de reassumir o controle da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) alvinegra, atualmente nas mãos da Eagle Football Holdings. A ação foi protocolada na 2ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro e busca garantir que o acordo entre os acionistas seja cumprido integralmente.

Atualmente, a Eagle detém 90% das ações da SAF, enquanto John Textor, responsável pelas operações no dia a dia do clube, tenta negociar diretamente a recompra dos direitos com apoio do clube associativo. Contudo, a holding norte-americana vinha resistindo à venda para o empresário, alegando conflito de interesses, já que Textor atua, ao mesmo tempo, como comprador e controlador da gestão da SAF.

A crise ganhou novos capítulos após o colapso financeiro do Lyon, também pertencente ao grupo de Textor, levar à sua saída da gestão do clube francês por exigência da DNCG (órgão de controle do futebol francês). Desde então, a Ares, fundo parceiro da Eagle, ampliou o poder do diretor independente Christopher Mallon, que hoje tem a palavra final sobre decisões da holding, reduzindo a influência direta de Textor no grupo.

Apesar da resistência inicial, uma reunião realizada na sexta-feira (16 de agosto), em Nova York, representou um avanço no diálogo entre as partes. No encontro, estiveram presentes Textor, o CEO do Botafogo, Thairo Arruda, além de representantes da Eagle e da Ares. Conforme apurado, houve um acordo verbal de trégua nas disputas judiciais, além da sinalização de que a Eagle está disposta a negociar a SAF com o empresário americano. A holding, inclusive, já teria estipulado uma faixa de preço para essa possível venda, ainda não divulgada publicamente.

Para viabilizar a operação, Textor criou uma nova empresa sediada nas Ilhas Cayman, a Eagle Football Group, com objetivo de centralizar a aquisição da SAF. O projeto conta com apoio financeiro do investidor grego Evangelos Marinakis, proprietário do Nottingham Forest. No entanto, não há confirmação de que Marinakis deseje integrar o projeto alvinegro.

Enquanto isso, o Botafogo se articula para manter suas atividades financeiras. O clube associativo garantiu um empréstimo de R$ 120 milhões junto ao Banco Clássico, comandado por Juca Abdalla, figura histórica ligada ao Alvinegro. Esse montante seria utilizado como suporte caso a gestão da SAF volte para as mãos do clube.

Embora tenha obtido, temporariamente, a manutenção de John Textor no comando da SAF com base em uma dívida de R$ 150 milhões que a Eagle teria com o clube, o cenário segue indefinido. A Eagle avalia também a possibilidade de manter o Botafogo na holding, retirando apenas o empresário norte-americano da gestão. Ainda assim, a preferência da instituição associativa é pela permanência de Textor, o que reforça o alinhamento entre as partes nesse momento de instabilidade institucional.