segunda-feira, agosto 18, 2025
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Torcedor do Corinthians recebe pena de prisão após arremessar cabeça de porco

Justiça paulista aplica regime semiaberto e o caso reacende debate sobre segurança em estádios

O clássico entre Corinthians e Palmeiras, disputado em 4 de novembro de 2024 na Neo Química Arena, marcou a vitória alvinegra por 2 a 0. No entanto, um episódio protagonizado por um torcedor ganhou repercussão internacional: a invasão de campo com o arremesso de uma cabeça de porco. 

O ato foi interpretado como incitação à violência e resultou na condenação de Osni Fernando Luiz, de 36 anos, à prisão em regime semiaberto.

Entendendo a pena aplicada

O regime semiaberto permite que o condenado realize atividades como estudo ou trabalho durante o dia, retornando à prisão no período restante. Sendo assim, a Justiça buscou equilibrar punição e oportunidade de ressocialização. 

O juiz Fabrício Reali Zia considerou a ação “contra a paz no esporte”, levando em conta contradições nos depoimentos de Osni. Inicialmente, ele afirmou ter adquirido a cabeça de porco no Mercadão da Lapa sem saber quem a arremessaria. Posteriormente, disse que comprou o item apenas para um churrasco, sem repassar a terceiros.

Provas que definiram o caso

Vale destacar que um vídeo postado pelo torcedor em redes sociais, onde aparecia segurando a cabeça de porco horas antes do confronto, foi decisivo para a condenação. 

Além disso, a promotora Daniela Hashimoto reforçou que a conduta visava “a promoção de tumulto no evento esportivo”. A defesa, por outro lado, argumentou que não houve dolo direto ou eventual.

Impacto para clubes e torcidas

O Corinthians também recebeu punição do STJD, sendo multado em R$ 80 mil por conta do incidente e de uma faixa com mensagem ofensiva à CBF. Além disso, no primeiro turno do Brasileirão de 2025, torcedores do Palmeiras lançaram cabeças de galinha em resposta, resultando em nova multa de R$ 240 mil. Cabe ressaltar que, apesar das medidas, a Justiça ainda não identificou todos os responsáveis pelos atos.

Desse jeito, o episódio evidencia que provocações em estádios, mesmo sem causar ferimentos, são tratadas com rigor legal, porque colocam em risco a integridade de torcedores e a imagem dos clubes.