O Atlético-MG atravessa um momento de instabilidade que envolve não apenas os resultados em campo, mas também a condução da diretoria no mercado da bola. A derrota para o Grêmio por 3 a 1, de virada, na Arena MRV, no domingo (17 de agosto), expôs fragilidades da equipe e desencadeou críticas tanto externas quanto internas.
O tropeço em Belo Horizonte aconteceu logo após o time mineiro conquistar classificações importantes, primeiro na Copa Sul-Americana, contra o Bucaramanga-COL, e depois na Copa do Brasil, ao eliminar o Flamengo. Contudo, esse embalo no mata-mata não se refletiu no Campeonato Brasileiro, já que o time voltou a oscilar e permanece distante dos primeiros colocados.

A atuação diante do Grêmio recebeu duras críticas do comentarista Heverton Guimarães. O jornalista relembrou que o Atlético já havia perdido também no primeiro turno para o rival gaúcho e considerou inadmissível a repetição em casa.
“Sob os olhares atentos de Carlo Ancelotti, esse vexame ocorreu aqui ontem. O Atlético-MG cedeu seis pontos ao Grêmio, sofreu cinco gols de um time que não vinha marcando, e o vexame está estabelecido”.
Nas redes sociais, Guimarães foi ainda mais incisivo ao analisar o resultado.
“Devo admitir que o Atlético foi generoso. Salvou o Grêmio do rebaixamento”.
Enquanto isso, o ambiente interno também foi marcado por atritos. Após a derrota, o técnico Cuca deixou clara sua insatisfação com a saída do zagueiro Igor Rabello para o Fluminense. O treinador transferiu a responsabilidade da negociação para a diretoria, em especial ao diretor de futebol Victor.
“Seria leviano falar da saída do Rabello, não vou falar. Aí está o Victor. Depois, se quiserem falar com ele sobre isso, falem. Não vou falar nada. Infelizmente, o Lyanco machucou”.
O desfalque de Lyanco por lesão muscular agrava a situação do setor defensivo, deixando o treinador com menos opções. Cuca mencionou a dificuldade em montar o sistema defensivo apenas com zagueiros canhotos, ressaltando a necessidade de reposições imediatas.
A despedida de Igor Rabello, entretanto, foi marcada por emoção. Antes da bola rolar contra o Grêmio, o defensor foi homenageado pela camisa com o número 204, que simboliza suas partidas pelo clube.
“Gratidão eterna por esse clube maravilhoso. Cheguei aqui menino, formei minha família, tive meu filho, construí uma carreira de títulos e aprendizados. O mais importante foi conseguir o respeito e carinho de todos. Isso vai ficar para sempre no meu coração. Obrigado a todos. Aqui é Galo”.
O Atlético-MG terá pouco tempo para se reorganizar. O próximo compromisso será já na quinta-feira (21 de agosto), na Argentina, quando enfrenta o Godoy Cruz pelo jogo de volta das oitavas de final da Copa Sul-Americana, levando a vantagem do empate após vencer por 2 a 1 em Belo Horizonte.