A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) se prepara para implementar o impedimento semiautomático nas competições nacionais a partir de 2026. A tecnologia, que já é utilizada em torneios internacionais como a Premier League, Copa do Mundo e Liga dos Campeões, tem como objetivo aumentar a precisão nas decisões do árbitro e reduzir o tempo de análise dos lances pelo VAR.
A adoção da ferramenta será aplicada, inicialmente, no Campeonato Brasileiro da Série A e na Copa do Brasil. A CBF estima um custo de cerca de R$ 100 mil por jogo para a operação do sistema, que exigirá ao menos 12 câmeras especiais instaladas nos estádios, além de adaptações técnicas em arenas de diferentes dimensões pelo país.
Segundo Samir Xaud, presidente da CBF, os preparativos estão em andamento, e a entidade já iniciou o processo de capacitação dos árbitros para operar com a nova tecnologia. Ele também destacou que a confederação avalia cuidadosamente a melhor data para a estreia do recurso, sem garantir ainda se será desde o início da temporada.
“A gente já tem um estudo, já estamos caminhando com o estudo para implementação do impedimento semiautomático a partir do ano que vem. A CBF não tem medido esforços de investimento. É lógico que a gente tem que fazer com muito pé no chão. A gente tem que fazer conta, porque o investimento é muito alto. Só que nós estamos capacitando cada vez mais a nossa arbitragem”, afirmou Xaud.
O dirigente também reforçou que a medida será aplicada exclusivamente nas principais competições organizadas pela entidade.
“Será no Brasileiro e na Copa do Brasil, as principais competições da CBF. Acredito que vai ser útil para dar uma lisura a mais para os nossos campeonatos”, completou.
A introdução do impedimento semiautomático se soma a outras iniciativas da CBF para aprimorar a arbitragem. Conforme Xaud, a recente queda nos erros de marcação motivou ainda mais os esforços para elevar o padrão da atuação dos juízes brasileiros.
Além das questões técnicas, a CBF também está em tratativas com a Conmebol para negociar mudanças na participação dos clubes brasileiros na Copa Libertadores. Atualmente, algumas equipes entram na fase preliminar do torneio, o que, segundo a CBF, consome datas do calendário nacional.
“Já tive alguns diálogos com o presidente Alejandro [Domínguez, da Conmebol] sobre datas, especificamente. Esses confrontos pré-Libertadores, a maioria deles é de dois brasileiros se enfrentando, que roubam duas datas a mais para ter uma vaga direta na fase de grupos”, explicou Xaud.
A entidade ainda não definiu se o uso da tecnologia começará pela Supercopa do Brasil. No entanto, as medidas indicam uma reformulação no planejamento técnico e estrutural do futebol nacional, a fim de adequar o esporte brasileiro aos padrões internacionais.