A trajetória de Fábio, goleiro do Fluminense, ganhou mais um capítulo marcante nesta temporada. Aos 44 anos, ele atingiu 1391 partidas oficiais, tornando-se o jogador com mais jogos disputados na história do futebol. O feito foi registrado no confronto contra o América de Cali, na terça-feira (19 de agosto), pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana, no Maracanã.
Com contrato em vigor até o fim de 2026, o camisa 1 tricolor ainda não definiu quando encerrará a carreira. Apesar da idade avançada para um atleta de alto rendimento, ele evita falar em despedida, preferindo encarar o futuro com naturalidade. Afinal, conforme ressaltou, sua postura sempre foi confiar no destino e seguir atuando enquanto se sentir em condições.

“Como fiz desde o começo da minha carreira, não penso nisso. Primeiro eu não tinha possibilidade nem de imaginar que eu ia conseguir ser profissional. Aí eu consegui ser profissional e aí sempre fui em cima do que Deus me proporciona. Nunca me preparei, vou jogar até 30, vou jogar até 33… Sempre de Deus, que foi me abençoando e abrindo as portas. Me dando contrato, me justificando diante de todos, e é assim que eu levo, e vou levar até o último dia, né? Deus determinou o início, ele vai determinar o fim na hora certa, e o tempo de Deus é diferente do nosso”.
O goleiro também comentou sobre o tema Seleção Brasileira. Embora nunca tenha tido muitas oportunidades de vestir a camisa verde e amarela, Fábio revelou que esse capítulo já ficou para trás. Para ele, a prioridade agora é defender o Fluminense, clube no qual se consolidou como referência nos últimos anos.
“Fiz das camisas da minha Seleção e me dediquei e tive o reconhecimento de todos onde passei ao longo de anos e anos jogando em alto nível. Estou fazendo isso aqui no Fluminense. Honrar a camisa que é o mais importante e fazendo o Fluminense a minha Seleção. Sempre foi dessa forma. E os outros aspectos. Da minha responsabilidade, mas eu tenho paz porque me dediquei ao máximo, honrei ao máximo a possibilidade que Deus me deu de vestir essas camisas ao longo desses anos e dessas temporadas”.
Apesar de admitir que disputar uma Copa do Mundo foi um sonho não realizado, ele entende que a ausência esteve ligada às escolhas de cada treinador que passou pela Seleção. Nesse sentido, enfatizou que sua maior conquista é a longevidade e a constância dentro de campo.
“Não tem uma resposta direta e direcionada a esse aspecto. Porque eu não tive a mesma condição que outros tiveram, né? Com muito menos tempo, às vezes, de competições, jogando em alto nível? Então, é difícil você citar uma resposta. A gente entende que não foi a mesma coerência, mas como eu falei antes, a minha dedicação sempre foi a camisa que eu vesti e honrar ao máximo, né?”.
Além disso, Fábio destacou que sua longevidade é fruto de disciplina diária. Segundo ele, a fé é fundamental, mas também é imprescindível o trabalho contínuo nos treinamentos. “Sem oração, nada é possível, e lógico treino porque não adianta orar e não se não sou merecedor de fazer o que tem que ser feito. Então me dedico nos treinamentos. Sempre me dediquei bastante me preparando, muito tempo para jogar sempre mais, para prolongar a carreira. Essa foi minha dedicação”.
O goleiro, que já havia marcado história pelo Cruzeiro, soma agora recordes expressivos também no Fluminense. Enquanto isso, segue acumulando partidas e reafirmando seu papel de liderança dentro do elenco.