Nesta quarta-feira, os bastidores do Corinthians foram marcados por três temas centrais: a lesão de José Martínez e o tempo de recuperação estimado, a mudança de estratégia do clube na tentativa de derrubar o transfer ban causado pela dívida com o Santos Laguna, e o lucro inesperado com a venda de João Victor pelo Vasco ao futebol russo. São assuntos que envolvem diretamente o desempenho do time em campo e os desafios financeiros nos bastidores.
José Martínez fora por fratura na mão e previsão de retorno em um mês
O volante venezuelano José Martínez será desfalque no Corinthians por cerca de quatro semanas após fraturar os ossos metacarpianos da mão. O jogador passará por cirurgia, procedimento considerado ideal para acelerar sua recuperação e evitar complicações futuras. De acordo com o ortopedista Flavio Faloppa, a escolha pela cirurgia é acertada, pois garante maior estabilidade à fratura com o uso de placa e parafusos.
“O que eu posso dizer é que, na fratura dos metacarpianos, quando há desvio, realmente o tratamento cirúrgico é a melhor opção, inclusive para uma recuperação mais rápida. Então, normalmente, são feitas fixações com placa e parafusos, o que estabiliza mais rapidamente a fratura e permite que ele volte mais cedo”.
A expectativa é de que Martínez fique fora de aproximadamente seis jogos, sendo quatro pelo Campeonato Brasileiro e dois pela Copa do Brasil. O clube ainda aguarda exames radiográficos mais detalhados para confirmar a gravidade e o prazo exato de retorno, mas o prognóstico inicial é otimista.
A ausência do venezuelano se soma a outros problemas no departamento médico do Corinthians, como Memphis, Yuri Alberto, André Carrillo e Hugo Farias. A situação exige ajustes urgentes da comissão técnica na escalação e estratégias para as próximas partidas, pressionando ainda mais o elenco disponível.
Corinthians busca reverter transfer ban com novo aporte da Nike
O Corinthians tenta renegociar o transfer ban imposto pela Fifa devido ao não pagamento da contratação de Félix Torres junto ao Santos Laguna. A dívida de US$ 6,145 milhões teve origem na gestão do ex-presidente Augusto Melo, que quitou apenas a entrada de US$ 2 milhões. Desde então, as parcelas seguintes deixaram de ser pagas, o que levou o clube mexicano a acionar a Fifa e posteriormente obter sentença favorável no CAS.
Diante do impasse, o Corinthians foi punido com a proibição de registrar novos atletas por três janelas de transferências. As primeiras propostas do clube brasileiro — oferecendo 30% e depois 50% do valor à vista — foram rejeitadas pelos mexicanos. O Santos Laguna exige ao menos 70% do montante à vista, o equivalente a cerca de R$ 23 milhões.
A nova proposta em construção oferece uma quantia superior a 50% da dívida, viabilizada com um adiantamento de R$ 50 milhões da Nike, fruto da renovação contratual com a fornecedora de material esportivo por mais dez anos. O cenário atual é mais favorável, com maior abertura nas conversas entre os clubes.
Enquanto isso, o zagueiro Félix Torres, contratado no início de 2024, perdeu espaço no elenco e atua improvisado como lateral-direito. O impasse sobre sua contratação também ameaça os casos de Rodrigo Garro e Matías Rojas, que podem gerar novas punições, totalizando mais de R$ 65 milhões em disputas jurídicas.
Venda de João Victor pelo Vasco garante lucro ao Corinthians
Mesmo sem participação direta na negociação, o Corinthians lucrou com a transferência do zagueiro João Victor do Vasco para o CSKA, da Rússia. A venda movimentou 4 milhões de euros (R$ 25,5 milhões), dos quais o clube paulista recebeu 100 mil euros (R$ 638 mil) graças ao mecanismo de solidariedade da Fifa, que recompensa clubes formadores.
Esse mecanismo atribui percentuais de cada negociação a clubes que participaram da formação dos jogadores entre os 12 e 23 anos. Como o Corinthians teve João Victor entre os 19 e 23 anos, tem direito a 2,5% de todas as futuras vendas. Botafogo-SP e Atlético-MG, por onde o jogador também passou, foram igualmente beneficiados.
João Victor teve uma passagem polêmica pelo Vasco, com desempenho irregular e atritos com a torcida, mas viveu seus melhores momentos no Corinthians, onde disputou 79 partidas pelo profissional. Agora, ele enfrenta nova concorrência no CSKA, que ocupa a terceira posição na liga russa.
Enquanto busca seu espaço no novo clube, a venda do defensor representa uma receita importante para o Corinthians, que enfrenta dificuldades financeiras e limitações para reforçar o elenco.