A eliminação do Botafogo nas oitavas de final da Libertadores reacendeu debates sobre o modelo de jogo adotado pela equipe. A derrota por 2 a 0 para a LDU, na noite de quinta-feira (21), em Quito, interrompeu a campanha do clube no torneio continental, apesar da vitória no duelo de ida, no Rio de Janeiro.
Anteriormente, o uso de três volantes já havia gerado desconforto interno durante o Mundial de Clubes, quando o então técnico Renato Paiva optou pela mesma estratégia diante do Palmeiras. Na ocasião, a abordagem mais conservadora custou caro: o revés resultou na eliminação e culminou na saída do treinador, hoje no Fortaleza.
A decisão de Davide Ancelotti em repetir a fórmula reacendeu críticas, sobretudo por se tratar de uma proposta já reprovada pela diretoria.
Dessa vez, o italiano justificou a escalação com Allan, Marlon Freitas e Danilo como uma necessidade circunstancial, provocada principalmente pelos efeitos da altitude de Quito e pelas características ofensivas da LDU. Segundo ele, a escolha não representa a identidade tática que o clube busca consolidar sob seu comando.
“A estratégia de hoje foi adaptar-se um pouco. Jogamos com linha de defesa mais baixa para tirar a profundidade deles e defender cruzamentos. Eles cruzam muito, então três volantes eram para bloquear os chutes. Não é a maneira que o Botafogo quer jogar, mas tínhamos que adaptar. Mas foi o plano de jogo. E é difícil seguir com o plano depois de levar um gol com seis minutos”.
Ao longo da partida, a demora nas substituições também foi alvo de questionamentos. O treinador defendeu-se, afirmando que as alterações estavam prestes a acontecer quando a equipe sofreu o segundo gol.
“O segundo gol chega quando a gente vai fazer os primeiros dois câmbios para refrescar o time. Depois de uma derrota tenho que fazer autocrítica. Vou tomar toda a responsabilidade. Os jogadores seguiram todo o plano de jogo, agora é seguir”.
Davide ainda ressaltou o impacto da altitude na condução do jogo e no desempenho dos atletas. Para ele, esse fator comprometeu a execução da estratégia elaborada.
“A altitude tem papel porque a bola viaja muito e é mais rápida. É difícil controlar quando tem um passe longo. A LDU é muito forte, então claramente a gente tem que adaptar para ter energias nos últimos minutos”.
Sem a Libertadores, o Botafogo volta o foco para as competições nacionais. O próximo compromisso está marcado para domingo (24), às 18h30 (horário de Brasília), contra o Juventude, no estádio Alfredo Jaconi, pela 21ª rodada do Campeonato Brasileiro. A equipe ocupa atualmente a quinta posição na tabela, com 29 pontos.
Além disso, a equipe enfrentará o Vasco em dois clássicos válidos pelas quartas de final da Copa do Brasil. Ancelotti reforçou que o clube mantém metas claras para o restante do calendário. “Temos dois objetivos importantes. Na Copa do Brasil, o clube nunca ganhou, e ficar no primeiro quarto da tabela do Brasileirão. Vamos seguir”.