O Botafogo vive dias turbulentos após a eliminação nas oitavas de final da Libertadores diante da LDU. A derrota por 2 a 0 em Quito expôs fragilidades individuais e coletivas, além de reacender críticas ao modelo de jogo e à estratégia adotada por Davide Ancelotti. Enquanto jogadores assumem erros e responsabilidade, a imprensa internacional repercute o revés como um duro golpe para o atual campeão continental. Agora, o clube busca forças para seguir em frente nas competições nacionais.
Marlon Freitas assume responsabilidade pela eliminação
O volante e capitão Marlon Freitas esteve diretamente ligado aos lances decisivos da derrota no Equador. No primeiro tempo, perdeu a melhor oportunidade da equipe ao tentar encobrir o goleiro adversário e errar a finalização. Na etapa complementar, cometeu o pênalti que resultou no segundo gol da LDU, consolidando a eliminação alvinegra.
“A gente tomou um gol muito cedo e jogar aqui não é fácil. A única chance que a gente teve no primeiro tempo se eu não me engano foi a minha. Tentei jogar por cima do goleiro e acabei errando”.
“A gente tem que assumir a responsabilidade, eu assumo a responsabilidade da não classificação hoje”.
Apesar do peso do revés, Marlon reforçou a necessidade de união e de reação imediata. O jogador destacou que o Botafogo já superou momentos difíceis em sua história e que o grupo precisa se reorganizar para a sequência da temporada, que ainda reserva a disputa da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro.
Estratégia com três volantes gera críticas
O técnico Davide Ancelotti surpreendeu ao escalar Allan, Marlon Freitas e Danilo no meio-campo, repetindo a estratégia conservadora de três volantes já criticada em gestões anteriores. A justificativa foi a necessidade de adaptação à altitude de Quito e ao estilo ofensivo da LDU.
“A estratégia de hoje foi adaptar-se um pouco. Jogamos com linha de defesa mais baixa para tirar a profundidade deles e defender cruzamentos. Eles cruzam muito, então três volantes eram para bloquear os chutes. Não é a maneira que o Botafogo quer jogar, mas tínhamos que adaptar. Mas foi o plano de jogo. E é difícil seguir com o plano depois de levar um gol com seis minutos”.
A demora nas substituições também gerou questionamentos. Segundo Ancelotti, as mudanças estavam prestes a ocorrer quando a equipe sofreu o segundo gol, o que comprometeu o planejamento.
“O segundo gol chega quando a gente vai fazer os primeiros dois câmbios para refrescar o time. Depois de uma derrota tenho que fazer autocrítica. Vou tomar toda a responsabilidade. Os jogadores seguiram todo o plano de jogo, agora é seguir”.
Repercussão internacional expõe fracasso
A imprensa estrangeira não poupou críticas à eliminação. O jornal espanhol As classificou a atuação do Botafogo como passiva, destacando que o time não conseguiu reagir em momento algum do confronto. O diário argentino Olé exaltou a virada da LDU e celebrou a classificação da equipe equatoriana.
“Os atuais campeões do torneio foram eliminados nas oitavas de final, muito cedo, e com um desempenho preocupante. O time não reagiu e mal conseguiu reagir quando perdeu a eliminatória”.
“Liga de Quito virou o confronto contra o Botafogo e está nas quartas da Libertadores”.
A derrota foi vista como um “fracasso retumbante de Davide”, em seu primeiro trabalho como técnico principal. Ancelotti reconheceu que a equipe deveria ter aproveitado melhor o jogo de ida e admitiu a superioridade da LDU.
“No Rio merecemos ganhar por mais de um gol, não fizemos e não temos nada do que reclamar, a LDU mereceu passar”.
Sem a Libertadores, o Botafogo agora concentra suas forças no Brasileirão, onde ocupa a quinta colocação, e na Copa do Brasil, onde enfrentará o Vasco nas quartas de final.