O presidente do Porto, André Villas-Boas, criticou publicamente o calendário adotado para o novo formato do Mundial de Clubes da FIFA. Em sua avaliação, a escolha do período entre junho e julho, em plena entressafra do futebol europeu, prejudica as equipes do continente. Segundo ele, enquanto os clubes da Europa estão encerrando suas temporadas, os times sul-americanos chegam mais preparados por estarem em meio à disputa de seus campeonatos nacionais.
Em entrevista concedida após o empate em 0 a 0 com o Palmeiras, no domingo (15), Villas-Boas afirmou que a competição, sediada nos Estados Unidos, “favorece os sul-americanos”. “Muitos jogadores não queriam estar no Mundial de Clubes para descansarem e estarem preparados para a nova temporada”, afirmou o dirigente, que se aposentou da função de técnico para assumir a presidência do Porto.

Ainda de acordo com Villas-Boas, o formato atual da competição afeta diretamente a motivação dos atletas europeus, porquanto estes terminam uma campanha longa e desgastante antes de disputarem o torneio. Assim, enquanto os sul-americanos estão em ritmo intenso de competição, os europeus precisam lidar com desgaste físico e psicológico.
A crítica do presidente do clube português também se estende à forma como o calendário da FIFA interfere na organização dos clubes europeus. Conforme ele destacou, “a disputa do Mundial vai apertar o calendário europeu, já que depois dele, os jogadores terão férias e só depois vão começar a se preparar para um novo ano”. Ou seja, há impacto direto no planejamento da pré-temporada das equipes.
Atualmente, o Porto ainda busca sua primeira vitória no torneio. Após o empate com o Palmeiras, o time volta a campo na quinta-feira (19), às 16 horas (horário de Brasília), para enfrentar o Inter Miami, de Lionel Messi. Posteriormente, o último compromisso da fase de grupos será diante do Al Ahly, no domingo (23), às 22 horas (horário de Brasília).
É provável que o posicionamento de Villas-Boas reverbere entre outros dirigentes europeus, especialmente porque o debate sobre o calendário da FIFA já é tema recorrente entre clubes e confederações. Afinal, o desafio de equilibrar a carga de jogos e a saúde dos atletas segue como ponto central nas discussões sobre o futuro das competições internacionais.