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VAR se inspira em histórico europeu para avaliar mudanças no futebol brasileiro

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) estuda implantar o impedimento semiautomático no Campeonato Brasileiro a partir de 2026. A tecnologia, já utilizada em ligas como a Premier League, busca minimizar polêmicas recorrentes nas marcações de impedimento — dos pontos mais questionados do atual sistema com VAR no Brasil.

A proposta vem sendo discutida em negociações com a empresa britânica Genius Sports, responsável pelo desenvolvimento do sistema. A ideia é implementar a tecnologia em busca de maior precisão e agilidade diante da insatisfação crescente com os recursos hoje disponíveis.

Desde a sua chegada ao Brasil, o VAR foi apresentado como solução para reduzir os erros da arbitragem. No entanto, passados alguns anos, os problemas persistem. A cada rodada do Brasileirão, decisões de campo ou interpretativas continuam gerando controvérsia, muitas vezes com áudios divulgados.

Um dos pontos centrais da insatisfação está na marcação de impedimentos. A tecnologia atual para traçar as linhas muitas vezes gera imagens inconclusivas ou com interpretações duvidosas, comprometendo a credibilidade das decisões.

VAR – árbitro de vídeo (Foto: Divulgação/CBF)

Alta taxa de acerto na Premier League

Harry Lennard, ex-bandeirinha e atual líder do projeto de impedimento semiautomático na Inglaterra, detalhou os resultados do sistema já aplicado na Premier League. Segundo ele, os números apontam para um desempenho altamente eficaz.

“A cada fim de semana, na Premier League, há cerca de 250 impedimentos. O sistema, sozinho, tem 97,8% de acerto. É muito próximo de algo totalmente automático. Em um fim de semana recente, fomos usados em cinco decisões. Em apenas uma delas tivemos que mudar o ponto do toque na bola por dois frames”.

Tecnologia visa reduzir margem de erro e agilizar decisões

O novo método utiliza sensores e câmeras de alta precisão para identificar automaticamente os pontos de contato com a bola e a posição dos jogadores, o que permite decisões mais rápidas e confiáveis.

A expectativa da CBF é que, com a aprovação do projeto, a tecnologia esteja em funcionamento já na temporada 2026 da Série A.

A adoção do sistema também depende da viabilidade técnica e financeira, já que exige ajustes estruturais nos estádios e integração com o atual modelo de arbitragem.