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A declaração de Renato Augusto direcionada a Neymar, do Santos

A menos de oito meses para o início da Copa do Mundo de 2026, a presença de Neymar na convocação final da Seleção Brasileira continua indefinida. Com a camisa 10 do Santos, o atacante ainda não foi chamado por Carlo Ancelotti desde que o treinador assumiu o comando técnico da equipe. No entanto, o tema tem gerado mobilizações dentro e fora de campo, e Renato Augusto, ex-meia da Seleção, pediu mais confiança no craque.

Aposentado desde setembro, Renato Augusto destacou a importância de Neymar e comparou o atual momento do jogador com o de Ronaldo antes do Mundial de 2002. Ao lembrar do desempenho do Fenômeno na campanha do pentacampeonato, o ex-jogador do Corinthians defendeu que o camisa 10 ainda pode ser decisivo.

“Em 94 ninguém acreditava e fomos campeões. Em 2002 ninguém acreditava no Ronaldo. Então, por que não acreditar no Neymar?”, questionou o ex-meia.

Na sequência, ele reforçou sua visão sobre a relevância do atleta para o elenco: “É um dos maiores jogadores da história da nossa Seleção, os números que ele tem… Se ele estiver bem, quem não vai querer o Neymar?”.

Neymar na Arena MRV (Foto: Flickr/Santos)
Neymar na Arena MRV (Foto: Flickr/Santos)

Aliás, para Renato Augusto, a Seleção vive permanentemente sob pressão, independentemente da fase. Segundo ele, mesmo em conquistas anteriores, como em 1994 e 2002, o cenário era de desconfiança:

“Desde que eu me recordo, eu não lembro da Seleção chegando numa Copa sem estar passando por uma pressão”.

Embora o discurso de apoio tenha gerado repercussão positiva entre torcedores, o próprio técnico Carlo Ancelotti adotou um tom mais cauteloso ao ser questionado sobre o futuro do atacante. Em entrevista recente, o treinador da Seleção deixou claro que conta com Neymar apenas se o atleta atingir o nível físico necessário para o atual padrão de jogo.

“É normal, porque o Neymar é uma lenda do futebol brasileiro. Todo mundo quer que o Neymar volte à sua melhor condição física. […] A verdade é que o futebol de hoje pede muitas coisas. Não só o talento, mas também a condição física, a intensidade”, avaliou o italiano.

Apesar da ausência nas últimas convocações, Ancelotti não descartou o retorno do atacante, inclusive revelando planos táticos que incluem Neymar atuando como falso 9. Segundo ele, a centralização em campo reduziria a exigência defensiva sobre o atleta e ampliaria suas chances de finalização.

“Acho que ele tem que jogar mais centralizado, não como um ponta […]. Quanto mais perto do gol adversário, maior a oportunidade de marcar”, explicou o treinador.

Enquanto isso, Neymar tem enfrentado dificuldades para manter sequência de jogos desde que retornou ao futebol brasileiro. A recorrência de lesões em 2025 atrapalhou sua regularidade e, consequentemente, o afastou das listas recentes da Seleção. Ainda assim, conforme o histórico de decisões e retornos inesperados em Copas do Mundo, o nome do camisa 10 segue em aberto na projeção para o torneio.

Assim sendo, a decisão final sobre Neymar dependerá não apenas do histórico ou da opinião de ex-companheiros, mas também da sua resposta física até a convocação e da leitura técnica do atual comandante. A Seleção volta a campo neste sábado (15), às 13h (horário de Brasília), contra Senegal, em amistoso, e volta a jogar na terça-feira (18), diante da Tunísia.