O presidente do Vitória, Fábio Mota, respondeu publicamente às declarações do CEO do Botafogo, Thairo Arruda, sobre a escalação do zagueiro Lucas Halter no empate sem gols entre as equipes, ocorrido no domingo (9), no Barradão, pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro.
O defensor pertence ao clube carioca e está emprestado ao time baiano com cláusula contratual que prevê multa de R$ 1 milhão em caso de utilização contra o Botafogo.
Segundo Mota, o Vitória tentou costurar um acordo ao longo da semana para garantir a presença de Halter em campo. A proposta envolvia não apenas o abatimento da multa, mas também a compensação por uma dívida antiga do Botafogo relacionada à transferência do atacante Elkeson, feita em 2011.
“Time que é caloteiro, que deve ao Vitória há 15 anos, não tem moral pra cobrar nada. A dívida de Elkeson está na Justiça há muito tempo e até hoje não recebemos nenhum dinheiro — são mais de R$ 12 milhões”, afirmou Fábio Mota após o jogo.

O presidente também contestou a narrativa do clube carioca de que não houve liberação para o atleta atuar, explicando que a questão financeira não foi impeditivo para o Vitória.
“Não teve desrespeito nenhum do Vitória. O Vitória passou a semana tentando negociar com o Botafogo, dizendo que não tinha problema de pagar a multa. Um milhão o Vitória tem em conta, o problema não era pagar”, reforçou o dirigente.
Vitória sustenta legitimidade da escalação
Thairo Arruda usou as redes sociais para afirmar que não existia autorização formal para a entrada de Halter. Apesar disso, o Vitória decidiu escalar o defensor, que foi capitão da equipe na rodada e, segundo Mota, teve bom desempenho.
“Halter jogou, nós não estamos arrependidos de ter botado Halter que, para mim, foi melhor em campo”, completou o presidente rubro-negro.
O dirigente também criticou o argumento de que a dívida com o Vitória seria de responsabilidade da associação civil do Botafogo, e não da SAF. Segundo ele, a transferência de Elkeson, feita há mais de uma década, ainda gera impacto financeiro para o clube baiano.
Disputa segue para esfera jurídica
Fábio Mota confirmou que o clube está ciente das possíveis repercussões jurídicas da escolha. No entanto, sustentou que o Vitória agiu conforme o contrato e que a Justiça será acionada, caso necessário.
“É uma discussão jurídica. Nós fizemos certo: botamos o atleta e vamos tentar, nesses três dias que a gente tem direito, um acordo. Se não houver acordo, a Justiça foi feita para dirimir conflitos”, declarou.
Situação na tabela permanece apertada
Com o empate, o Vitória chegou a 35 pontos e manteve-se fora da zona de rebaixamento, ocupando a 16ª colocação. O clube baiano está dois pontos à frente do Santos, primeiro time dentro do Z-4.
Já o Botafogo soma 52 pontos e ocupa a sexta posição, ainda dentro da zona de classificação à próxima edição da Copa Libertadores.


