A atuação de Neymar na derrota do Santos para o Flamengo, no último domingo (09), no Maracanã, provocou duras reações de comentaristas esportivos. O atacante voltou a ser titular após quase dois meses, mas deixou o campo criticado por sua postura em campo e pelas declarações após a partida.
A derrota por 3 a 2 manteve o Santos na zona de rebaixamento, e a atuação apagada de Neymar foi um dos principais pontos de discussão. Durante o jogo, o camisa 10 demonstrou irritação ao ser substituído por Juan Pablo Vojvoda e, na saída, afirmou que o time deveria “tocar mais a bola” para ele, o que aumentou a repercussão negativa.
O ex-jogador Walter Casagrande foi um dos que mais criticou o comportamento do atleta. Durante o programa Fim de Papo, da UOL, ele afirmou: “Sabe o que mais me preocupa no Neymar? Me preocupa mesmo, porque quando você olha alguém vivendo numa realidade paralela, é preocupante. É uma coisa que as pessoas ao redor dele tinham que se preocupar em fazer alguma coisa, porque ele vive fora da realidade. Ele ficou 50 dias sem jogar. Aí, voltou 20 minutos contra o Fortaleza. Aí, não foi pro jogo com o Palmeiras. Aí, ele vai pro Maracanã e faz uma partida patética”.
Casagrande ainda questionou a fala de Neymar ao técnico após a substituição: “Ele sai falando pro Vojvoda assim: ‘e você me tira?’ Fora da realidade. Aí, dá essa entrevista e fala dessa maneira. ‘Tente tocar mais em mim’. Como tocar mais em mim?” .
Milton Neves também se juntou às críticas e classificou o desempenho do camisa 10 como um “show de estrelismo e zero futebol”. Para ele, Neymar se destacou mais pelas reclamações do que pelo desempenho técnico: “Reclamou com os companheiros, com o árbitro, com o gramado, com o destino. Quando teve a pelota nos pés, muito pouco ou quase nada fez”.
Além disso, Milton Neves destacou que o Santos melhorou na reta final após a saída de Neymar, com destaque para a entrada de Robinho Jr e Rollheiser. “O Santos mostrou alma. E talvez tenha descoberto, ainda que tardiamente, que o time rende mais quando não gira em torno de um craque envelhecido e autocentrado”.
Por fim, Casagrande foi ainda mais direto ao analisar o cenário atual do jogador. “Nenhum time no futebol atual pode se dar ao luxo de entrar em campo com um jogador que só quer a bola nos pés e fica o tempo todo com as mãos na cintura, reclamando e abrindo os braços […] O Neymar não tem condições de jogar em time algum”.
Apesar das críticas, o técnico Vojvoda minimizou a irritação do jogador, afirmando que prefere atletas com esse tipo de reação do que os que não demonstram envolvimento. Ainda assim, o episódio evidencia a pressão crescente sobre Neymar em sua segunda passagem pelo Santos, especialmente diante da luta do clube contra o rebaixamento.
