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STJD toma decisão final sobre caso de Bruno Henrique, do Flamengo

Bruno Henrique é absolvido pelo STJD, que votou por 6 a 2 por pena mais branda, ou seja, pagamento de R$ 100 mil de multa, valor máximo - sem cumprimento de jogos de suspensão

O atacante Bruno Henrique foi absolvido pela acusação de envolvimento com fraude em apostas esportivas. O julgamento no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), realizado na quinta-feira (13 de novembro), encerrou o processo com a definição de que o jogador não será punido com suspensão. Ele recebeu apenas uma multa administrativa de R$ 100 mil, valor máximo previsto no artigo 191 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).

O processo foi motivado por um cartão amarelo recebido pelo jogador em partida contra o Santos, no Mané Garrincha, pelo Campeonato Brasileiro de 2023. A punição inicial, definida em setembro, havia suspendido Bruno Henrique por 12 partidas, sob alegação de conduta antiética relacionada a apostas. Desde então, ele atuava sob efeito suspensivo enquanto o recurso tramitava no tribunal.

Na nova análise, seis dos nove auditores entenderam que não havia elementos suficientes que comprovassem intenção deliberada de manipular o jogo. Assim, prevaleceu o entendimento de que a atitude do jogador se enquadrava apenas como descumprimento de norma interna da competição, sem ligação direta com manipulação de resultado.

Durante a sessão, o relator Sérgio Furtado Filho destacou que “os relatórios apontam movimentações suspeitas de apostas, mas não demonstram que o atleta tenha atuado de maneira deliberada com o irmão”. A maioria dos votos seguiu essa linha de raciocínio, entendendo que a prova mais consistente tratava do compartilhamento indevido de informação, mas não de fraude esportiva.

Bruno Henrique Flamengo (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

O vice-presidente jurídico do Flamengo, Flávio Willeman, acompanhou a audiência de forma virtual ao lado dos advogados Michel Assef Filho e Alexandre Vitorino, além do empresário do atleta. A defesa sustentou que Bruno Henrique não causou prejuízo ao clube e que a decisão de receber o terceiro cartão teria sido uma orientação técnica para controle de suspensões.

Entretanto, houve divergência entre os auditores. Maxwell Vieira e Mariana Barreiras defenderam a manutenção da pena anterior, apontando que Bruno teria fornecido dados que permitiram a manipulação de apostas por pessoas próximas, especialmente seu irmão, Wander. Segundo eles, ainda que o jogador não tenha lucrado diretamente, sua participação foi essencial no funcionamento do esquema.

Apesar das opiniões distintas, a decisão final afastou qualquer relação de Bruno Henrique com tentativa de fraudar partida, diferenciando o caso de outras investigações recentes, como a Operação Penalidade Máxima. O presidente do STJD, Luis Otávio Veríssimo, reforçou que “não é vedado o clube decidir em qual rodada o atleta tomará cartão”, desde que isso ocorra dentro de um planejamento interno, sem comunicação externa.

Com a conclusão do julgamento, o camisa 27 do Flamengo está confirmado para os próximos compromissos da equipe e não sofrerá qualquer tipo de impedimento desportivo.