A derrota do Atlético-MG para o Fortaleza no último domingo (30) acentuou o momento de desconforto vivido por Hulk no clube. Desde a chegada de Jorge Sampaoli, o atacante tem sido escalado em uma função que considera inadequada ao seu estilo de jogo, o que motivou um desabafo contundente após o apito final.
Durante a entrevista pós-jogo, Hulk demonstrou incômodo com o posicionamento que tem ocupado sob o comando de Sampaoli. Segundo ele, atuar isolado no setor ofensivo e com as costas voltadas para o gol prejudica seu rendimento. “Fico muito sozinho na frente. Difícil jogar de costas, não é minha característica. Natural que aconteçam erros. Meus números baixaram bastante devido à função que não estou acostumado”.
Ainda que tenha ressaltado o respeito pelo treinador, o camisa 7 indicou que tenta compreender o modelo de jogo, mas não se sente adaptado. “O Sampaoli é um treinador que eu gosto muito, tenho muito respeito por ele, mas nos jogos eu fico muito sozinho ali na frente. É muito difícil jogar de costas, não é minha característica”.

Aliás, o atacante também criticou a postura da equipe em campo nas últimas temporadas. Conforme explicou, o Galo deixou de ter uma proposta ofensiva, voltada ao domínio da partida, e passou a atuar de forma reativa. “Desde quando cheguei, sempre senti que estava num grande time, que propõe jogo e busca vitória. Nos últimos anos, tem sido mais difícil. Estamos mais reativos, jogando no erro do adversário. É muito complicado”.
Apesar das críticas, Hulk reafirmou seu comprometimento com o clube. Disse que, enquanto estiver no elenco, agirá com profissionalismo. Entretanto, também deixou em aberto a possibilidade de saída, caso haja decisão da diretoria. “Amo estar aqui. Sempre vou respeitar o Galo. Tenho mais um ano de contrato, mas muita coisa falam sobre mim que nem eu sei. Se eu ficar, será vontade de Deus. Se tiver decisão da diretoria ou proposta, não sou eu quem manda. Jamais serei um problema”.
Dessa forma, o cenário no Atlético-MG passa a ser de incerteza não apenas quanto à permanência do atacante, mas também em relação ao planejamento da equipe para a próxima temporada. As declarações revelam uma insatisfação que vai além do campo e tocam diretamente no modelo tático adotado por Sampaoli.


