terça-feira, dezembro 16, 2025
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Palmeiras: Leila Pereira provoca o Flamengo após declarações de Bap

Presidente do Palmeiras rebate críticas ao gramado sintético e usa fator 'estádio próprio' para diminuir capacidade do Flamengo de opinar sobre o tema

A discussão sobre o uso de gramados sintéticos no futebol brasileiro ganhou um novo capítulo após a provocação da presidente do Palmeiras, Leila Pereira, ao Flamengo. A dirigente reagiu com firmeza à proposta enviada pelo clube carioca à CBF, que sugere a padronização dos campos com o fim dos gramados artificiais nas Séries A e B do Campeonato Brasileiro.

Atualmente, o Palmeiras é um dos cinco clubes da elite nacional que utilizam grama sintética em seus estádios. Além da equipe paulista, também adotam esse tipo de piso o Atlético-MG, Athletico-PR, Botafogo e Chapecoense. A proposta do Flamengo aponta que os campos artificiais causariam maior número de lesões e prejudicariam o desempenho técnico e tático das partidas.

A resposta de Leila Pereira foi contundente. A presidente do Palmeiras rejeitou os argumentos do Flamengo e ainda ironizou o fato de o clube não possuir estádio próprio. “No dia em que tiver um estádio próprio, pode instalar nele o tipo de gramado que quiser”, afirmou, em declaração direcionada à atual gestão rubro-negra.

Bap, presidente do Flamengo, comemorando título da Libertadores
Foto: Adriano Fontes/Flamengo

A dirigente do Palmeiras reforçou que não há comprovação científica de que a grama sintética aumenta o risco de lesões. “O fato é que não há qualquer evidência científica de que os campos sintéticos ofereçam maior risco de lesão aos atletas. Palmeiras é um dos clubes da Série A com menor número de jogadores lesionados”, destacou.

Além disso, Leila criticou o estado do gramado do Maracanã, estádio administrado em parceria entre Flamengo e Fluminense, e sugeriu que o clube carioca deveria primeiro resolver os problemas em sua própria casa antes de sugerir mudanças nacionais. “Se a atual gestão do Flamengo estivesse realmente preocupada com a qualidade dos gramados do Brasil, o campo do Maracanã não seria tão ruim quanto é”.

A presidente palmeirense também questionou a autoridade do Flamengo em liderar esse tipo de debate. Segundo ela, o clube carioca se manteve ausente das discussões relevantes ao longo do ano nos fóruns organizados pela CBF e pela Libra. “Fico contente que a atual gestão do Flamengo demonstre, enfim, algum interesse em contribuir com a melhora do futebol brasileiro. Durante este ano, participei de vários debates com presidentes de outros grandes clubes e o Flamengo sempre se omitiu”.

A proposta do Flamengo inclui, entre outros pontos, a realização de inspeções periódicas, testes técnicos obrigatórios e a adoção de padrões internacionais, como os da Fifa e da Uefa. O plano prevê o fim gradual da grama sintética na Série A a partir de 2028 e na Série B em 2029.

Por ora, a troca de declarações intensifica a rivalidade entre os dois clubes, que transcende o campo e se estende aos bastidores da gestão do futebol nacional.