sexta-feira, dezembro 19, 2025
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Dono do Atlético faz promessa envolvendo dívidas do clube

Rubens Menin, majoritário da SAF do Galo, prometeu que vai reduzir em até R$ 500 milhões a dívida do clube para o ano que vem; dirigente não explicou como realizar o momento

O Atlético-MG pretende dar um passo importante no seu planejamento financeiro a partir da próxima temporada. Rubens Menin, sócio majoritário da SAF do clube, afirmou que reorganizará cerca de R$ 500 milhões em dívidas até o fim de 2026. Embora não tenha detalhado os meios para essa reestruturação, o empresário sinalizou a necessidade de atacar compromissos considerados mais prejudiciais às finanças do clube.

A dívida total do Atlético-MG atingiu R$ 1,8 bilhão, conforme o balanço de 2024. Deste montante, aproximadamente R$ 941 milhões são obrigações bancárias, impactadas por juros altos e encargos financeiros. Dessa forma, a meta da direção alvinegra é reduzir os débitos com maior custo, a fim de aliviar o fluxo de caixa e preservar a capacidade de investimento no futebol.

Durante entrevista ao canal do jornal O Tempo, Menin destacou a urgência da medida. “Temos dois tipos de dívida. Uma que falo que é boa e a outra que é dívida ruim. A dívida ruim está na faixa de R$ 500 milhões. Essa vamos equacionar. Acredito que vamos equacionar rapidamente, mas não posso falar nada. É uma burocracia grande. Tem que ser (em 2026). Se não, ficamos enxugando gelo”, explicou.

Rubens Menin, investidor da SAF Galo (Foto: Pedro Souza/Atlético)

O dirigente classificou como prioritárias três frentes de endividamento: o CRI da Arena MRV, o Profut e os contratos de atletas. O estádio tem um passivo de R$ 300 milhões a ser quitado em quatro anos. Já o Profut, programa federal de refinanciamento, também representa aproximadamente R$ 300 milhões. Segundo Menin, esses compromissos são considerados mais controláveis e sustentáveis.

Ainda em 2025, o clube iniciou ajustes na gestão com a nomeação de Pedro Daniel como novo CEO. Especialista em reestruturações no futebol nacional, o executivo foi responsável por iniciativas como o Fair Play Financeiro da CBF, a Lei do Profut e a Lei das SAFs. Em sua apresentação, Pedro destacou sua experiência com clubes da Série A e mostrou otimismo ao assumir a nova função. “Sou um profissional do setor do futebol, especificamente. Trabalho há quase duas décadas nessa indústria, quase sempre prestando consultoria, trabalhando com quase todos os clubes da Série A”, declarou.

O empresário também avaliou o desempenho da SAF até aqui e reconheceu que ainda há espaço para avanços. “O trabalho não é tão ruim como falam, mas tem como melhorar. Esperamos em 2026 estar melhor do que em 2025. Tem que melhorar, trabalhar. Não adianta ficar em casa chorando. A dívida ruim é da gestão da empresa, da SAF. Vamos resolver. O Atlético é um clube de futebol. Precisamos ter sempre um time competitivo. Precisamos também ter uma base forte. Melhorou um pouco, mas queremos melhorar mais. Vamos investir mais ano que vem”, afirmou.

Anteriormente, Menin havia cogitado atrair um investidor estrangeiro para acelerar o processo, mas indicou que o aporte previsto para 2026 deve ser feito pelos atuais controladores da SAF. O foco, segundo ele, está em garantir que o clube mantenha sua capacidade de montar elencos competitivos sem que o endividamento interfira no dia a dia esportivo.