A passagem de Davide Ancelotti como treinador do Botafogo chegou ao fim de forma inesperada, menos de seis meses após o início de sua trajetória no clube. A decisão foi confirmada na quarta-feira (17), apesar de o contrato do técnico italiano ter validade até o fim de 2026.
O desligamento ocorreu após um impasse envolvendo a permanência do preparador físico Luca Guerra, integrante da comissão técnica de Ancelotti. O departamento de futebol optou por não mantê-lo, medida que contrariou o treinador, resultando na rescisão em comum acordo. Conforme a ESPN, o encerramento da parceria se deu de maneira cordial, sem atritos internos.
Em publicação nas redes sociais, John Textor, proprietário da SAF do Botafogo, negou que tenham existido problemas pessoais com Ancelotti. “Davide é 100% um perfeito cavalheiro, como um jovem treinador promissor com quem nunca tive um único desentendimento”, afirmou o dirigente.
Textor também destacou as dificuldades enfrentadas ao longo do ano, principalmente em razão das diversas lesões no elenco. “Acredito que o Davide fez um trabalho notável durante uma temporada de lesões sem precedentes no nosso esquadrão — verdadeiramente notável”, escreveu o empresário, que ainda desejou sucesso ao profissional italiano.
Davide Ancelotti foi anunciado como treinador principal do Botafogo em julho de 2025. Foi sua primeira experiência como técnico de uma equipe profissional, após anos atuando como auxiliar ao lado do pai, Carlo Ancelotti. No comando do clube carioca, disputou 32 partidas, conquistando 14 vitórias, 11 empates e sofrendo sete derrotas.
O desempenho foi suficiente para garantir ao time a sexta colocação no Campeonato Brasileiro, com 63 pontos, e uma vaga nas fases preliminares da Copa Libertadores de 2026. Ainda assim, divergências sobre o planejamento da próxima temporada acabaram determinando o fim da relação.
O clube já iniciou o processo de busca por um novo comandante. Rafael Guanaes, atualmente no Mirassol, chegou a ser cogitado como primeira opção, mas preferiu permanecer em seu atual cargo. Assim, a diretoria segue avaliando nomes no mercado a fim de definir o treinador para 2026.
A saída de Ancelotti, embora cercada por respeito mútuo, expôs a falta de sintonia entre comissão técnica e diretoria em aspectos estruturais. O Botafogo, portanto, começa o próximo ciclo com novo desafio: encontrar um substituto que se alinhe integralmente ao projeto esportivo da SAF.
