A Justiça espanhola tomou uma medida inédita e simbólica no combate ao racismo no futebol. Quatro torcedores do Atlético de Madrid foram condenados por crime de ódio e ameaças contra Vinicius Junior, atacante do Real Madrid.
O caso remonta a 26 de janeiro de 2023, quando os acusados penduraram um boneco representando o jogador, simulando um enforcamento, às vésperas do clássico entre os rivais madrilenhos pela Copa do Rei.
Prisão, multa e proibição de ir aos estádios
Vale destacar que o Tribunal Provincial de Madrid impôs penas severas: um dos envolvidos foi condenado a 15 meses de prisão por crime de ódio e outros sete meses por ameaças, já que foi o responsável por divulgar as imagens do boneco nas redes sociais. Por isso, ele também deverá pagar uma multa de 1.084 euros (cerca de R$ 6.938).
Os outros três torcedores receberam sete meses de prisão por crime de ódio e mais sete por ameaças, além de multas individuais de 720 euros (R$ 4.608). Além disso, todos estão proibidos de se aproximar de Vinicius Jr. ou tentar qualquer forma de contato com o jogador.
Medidas educativas e restrições futuras
Cabe ressaltar que os quatro condenados também não poderão frequentar estádios por quatro horas antes e depois de jogos na Espanha, durante um período de quatro anos. Com isso, o tribunal busca não só punir, mas também reeducar e todos devem participar de programas sobre igualdade e não discriminação.
Sendo assim, essa decisão representa um marco no futebol europeu. Isso porque os acusados são membros do “Frente Atlético”, grupo ligado a casos anteriores de violência e racismo. Eles têm entre 19 e 24 anos e já haviam sido identificados em partidas de alto risco.
Desculpas atenuaram, mas não apagaram a gravidade
Apesar de os envolvidos terem assinado cartas de desculpas a Vini Jr., ao Real Madrid, à La Liga e à RFEF, a condenação deixa claro que ações racistas não serão mais toleradas com impunidade nos estádios espanhóis.