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Trump descarta acordo com Irã e faz ameaças contra líder político

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, ampliou a tensão internacional nessa terça-feira (17) ao declarar publicamente que sabe a localização exata do aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, a quem descreveu como “um alvo fácil”.

Ainda que tenha afirmado que “não pretendem matá-lo por enquanto”, a retórica utilizada causou alvoroço em Teerã e entre aliados regionais. “Nossa paciência está se esgotando”, alertou o mandatário, ao exigir, por meio de suas redes sociais, a “rendição incondicional” do regime iraniano.

Além disso, Trump recomendou que “todos deveriam sair de Teerã imediatamente”, o que gerou caos nas principais rotas de saída da capital. Conforme reportado pela imprensa local e pelo The New York Times, estradas foram tomadas por congestionamentos, embora parte das imagens compartilhadas nas redes tenha se revelado de eventos passados.

Cooperação com Israel e impasse nuclear

O contexto de escalada se dá após uma série de bombardeios israelenses contra infraestrutura militar iraniana. Segundo Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, Tel Aviv possui atualmente “controle total e completo” do espaço aéreo iraniano. O governo de Israel não descartou, inclusive, a possibilidade de um ataque direto a Khamenei, caso o Irã prossiga com seu programa nuclear.

As negociações nucleares foram abruptamente interrompidas após esses ataques. A sexta rodada de diálogos, prevista para domingo (15), foi cancelada após a recusa iraniana em abrir mão do enriquecimento de urânio e enviar seu estoque acumulado ao exterior.

Teerã, por sua vez, mantém a operação de usinas como a de Fordo, alvo potencial da bomba americana GBU-57, solicitada por Israel ao governo norte-americano.

Ataques e respostas militares em curso

Enquanto a diplomacia não avança, os combates seguem intensos. Israel voltou a atacar bases no oeste do Irã e na capital, onde um depósito de combustíveis foi atingido. O saldo foi de pelo menos 24 mortos. Tel Aviv anunciou também a morte de Ali Shadmani, militar de alta patente e braço-direito de Khamenei, chefe da Guarda Revolucionária e do Estado-Maior de guerra do Irã.

A mídia israelense afirma que o arsenal de mísseis iranianos foi reduzido significativamente. Estima-se que cerca de metade dos 2.000 mísseis balísticos de longo alcance já tenham sido utilizados ou destruídos. Por outro lado, o Irã informou ter atingido um centro do Mossad, alegando participação do serviço secreto no ataque da semana anterior.

Retórica extrema e pressões internacionais

Ainda durante o dia, Trump criticou Emmanuel Macron, presidente da França, por sugerir uma trégua. “Ele não tem ideia. Isso é muito maior que um cessar-fogo”, rebateu o norte-americano, reiterando o desejo por um “fim real” do conflito.

Em tom provocativo, o republicano comparou o destino possível de Khamenei ao de Saddam Hussein, capturado pelos EUA em 2003. O ministro israelense da Defesa, Israel Katz, também advertiu que o líder iraniano poderá ter o mesmo destino do ditador iraquiano.

A Casa Branca confirmou que Trump se reuniu com o Conselho de Segurança Nacional e falou por telefone com Netanyahu. Ao mesmo tempo, a embaixada dos EUA em Jerusalém anunciou fechamento temporário entre quarta e sexta-feira, elevando especulações sobre um envolvimento mais direto de Washington.